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Ocupação de espaços: Formação política de jovens fortalece representatividade indígena em Roraima

Organizações partidárias apostam em projeto para fortalecer movimento de busca por maior representatividade indígena no cenário político-partidário roraimense.


Por Eduardo Garcia e João Gabriel Leitão*.

Curso de Formação Política para Jovens Indígenas ocorreu entre os dias 12 e 14 de abril em Boa Vista – RR (Foto: Divulgação/PSOL).

“Espero algum dia representar minha comunidade e os povos indígenas, é meu sonho”, diz Albers Delgado, jovem indígena da etnia Taurepang, que sonha em se tornar liderança política e fortalecer a ocupação dos espaços de poder por pessoas indígenas no futuro.

 

Morador da comunidade Bananal, Albers é um dos 30 jovens indígenas, de 25 comunidades diferentes, que participaram do Curso de Formação Política para Jovens Indígenas, organizado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Roraima. O evento, que contou com aulas e debates, ocorreu entre os dias 12 e 14 de abril, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista – RR.

“Eu amei demais o curso, conheci muitas pessoas e espero participar em outros eventos, para algum dia representar, minha comunidade e os povos indígenas, algum dia ser um líder, aqui ou no meu país - Albers Delgado.

“Aprendemos muito e, como disse um dos professores, não seremos mais as mesmas pessoas depois dessa formação”, finalizou.

 

O PSOL, que ao lado do Rede Sustentabilidade é um dos partidos que deve lançar uma série de pré-candidatos indígenas às eleições municipais de 2024, aposta na formação como um projeto a longo prazo.

 

Segundo o Diretório Estadual do partido, esse tipo de curso tem o objetivo de mostrar aos jovens indígenas que é possível ocupar o espaço da política partidária através do conhecimento.

 

Temas em debate


Na formação em específico, os alunos puderam debater sobre conjuntura; conceitos básicos da política; ecossocialismo; e, história de luta dos povos indígenas na América Latina. Representatividade e atuação política também foram discutidas durante os três dias de ações.

A programação faz parte da busca do Partido por lideranças emergentes na representação dos povos indígenas em Roraima – é o que conta o ativista roraimense e um dos idealizadores do curso, Tallon Almeida.

Tallon Almeida (meio), ativista e idealizador da formação, ao lado de alunos do curso ( Foto: Arquivo pessoal).

“A proposta foi mirar a formação de novas lideranças, tendo em vista a crescente busca por representatividade indígena no espaço político roraimense”. Já que, conforme Tallon, Roraima se mostra um “ambiente hostil” para debates focados nos direitos da juventude e na defesa dos povos indígenas.



“A partir do momento que vamos nos qualificando politicamente e ocupando espaços, a representatividade vai acontecer. Estamos pensando mesmo é na construção de jovens fortes, qualificados e inteligentes, que tenham uma noção de gestão territorial e de liderança para a juventude” – Tallon Almeida.

Além das aulas, o evento também contou com a apresentação cultural da cantora e compositora Milena Makuxi.

 

Intercâmbio entre gerações

 

A fim de repassar vivências e conhecimentos, a formação contou ainda a presença de lideranças ativas no Movimento Indígena roraimense de outras gerações, como Bartô Macuxi e Adizon Menandro – vice-coordenador-geral da Terra Indígena São Marcos e presidente do PSOL em Pacaraima – RR.

Adizon explicou que o mais importante nesse tipo de formação é fazer com que os jovens retornem às comunidades com informações e conhecimento político a ser discutido e repassado.

“Há muitos anos os povos indígenas vêm tentando ocupar espaço na política partidária. Até por ser uma necessidade e um direito dos também. Viemos tentando há anos e conseguimos alguns mandatos, com muita luta. Mas, entendemos que para isso precisamos nos organizar. E, a juventude é importante, pois são eles que na verdade vão começar a ocupar de forma organizada” – Adizon Menandro.

“Estamos preparando jovens lideranças também para levar informações de que existem outras pessoas que também precisam ser representadas através da política. Como as pessoas negras, LGBT, o pessoal do MST, e vários Movimentos Indígenas que precisam também de representatividade dentro da política partidária” finalizou Menandro.

 

* Grupo 2. Conteúdo experimental produzido no escopo da disciplina JOR53 – Jornalismo Especializado I.


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