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ARTES MARCIAIS EM RORAIMA: MULHERES NO ESPORTE


Rayane Teles | Grazi Silva | Fafá Pereira | imagem ilustrativa - arquivos pessoais

Por Eliane Guimarães e Laura Lima


Embora durante muito tempo tenha sido dominada por homens, hoje, cresce cada vez mais a procura por exercícios de artes marciais entre mulheres. Além de proporcionar benefícios à saúde, elas encontram no esporte, uma oportunidade para participar de competições e também aperfeiçoar a prática de autodefesa.


Rayane Teles faixa preta 3º dan em KARATÊ

Rayane Teles - atleta de karatê | arquivo pessoal

Rayane Teles, 27, treina karatê desde os nove anos, começou a praticar o esporte devido ao bullying que sofria na escola. Aos 12 anos passou a ensinar crianças e adultos, atualmente, é Sensei (professora) faixa preta 3º dan em karatê. Sobre as experiências proporcionadas pelo esporte, ela conta, “Graças a sabedoria que adquiri, já formei alguns faixas pretas, conheci 12 países só praticando karatê”. Rayane Teles é campeã brasileira, vice-campeã panamericano e bronze no mundial SKIF de 2019, realizado na República Tcheca.

Sobre a participação feminina nas artes marciais ela diz,

“Hoje, o número de praticantes do gênero feminino cresceu muito, apesar de ter uma crescente diferença de praticantes do sexo masculino (...) Ainda existe muito preconceito, desde o preparo físico até o pedido de apoio para as competições. Muita gente não acredita no potencial feminino e isso acaba gerando grandes desafios no meio esportivo, porque temos menos oportunidades do que o sexo masculino, mas continuamos na causa para nos destacarmos cada vez mais e poder dar um ‘up’ nessa arte de mãos vazias.”

Rayane, geralmente, treina nas segundas, quartas e sextas feiras, além de praticar exercícios aeróbicos e treinos caseiros. Mas diz que a rotina fica mais puxada quando se prepara para competir.

“Meus treinamentos são muito árduos, desde dietas, boa alimentação, suplementação até treinamentos de no mínimo 3x por dia, todos os dias. Dependendo do fuso horário dos países que participamos de competições, também treinamos de madrugada para preparar o nosso corpo para a nova rotina.”

A atleta fala sobre os ensinamentos do karatê

“A gente aprende a relevar e lidar com muita coisa, porque o karatê nos ensina a ter honra e humildade acima de tudo e, principalmente, uma das regras, que é: conter o espírito de agressão!”.

Perguntada a respeito da importância que o esporte tem em sua vida, ela declara.

“Como pessoa não me vejo fazendo outra coisa, porque o karatê é e sempre será o meu estilo de vida. Tudo o que sou, tudo o que faço e tento fazer, todas as minhas inspirações vêm da minha arte com o karatê”.
arquivo pessoal

No momento, a atleta, Rayane Teles, está se preparando para as competições do próximo ano.


Grazi Silva atleta de Jiu-jitsu


Grazi Silva, acadêmica de direito, treina Jiu-jitsu há quatro anos, e se interessou pelo esporte após assistir uma luta. Ela conta que treinar a faz se sentir mais leve, traz uma melhora fisicamente, mentalmente e ajuda na defesa pessoal. Perguntada sobre o que a motiva, ela responde: “Eu mesma, a me superar todos os dias”


Segundo a competidora, quando iniciou no esporte, ouviu alguns comentários preconceituosos.

“Sofri sim no começo, ‘esporte de menino, vai ficar igual homem’ entre outros. É chato, mas deixei de lado, ignorei certos comentários, hoje já não escuto isso”.

Grazi já participou de algumas competições, como o Sul americano de 2018, em São Paulo, e o Europeu, desse ano, em Portugal.

Sul americano, 2018, em São Paulo | Europeu, 2019, em Portugal | Arquivo Pessoal


Fafá Pereira: começo em Judô, carreira em Jiu-Jitsu

Fafá Pereira, natural da Bahia, mora em Roraima há 13 anos, pratica esportes desde a infância, possui diversos títulos, e atualmente é campeã mundial de Jiu-Jitsu. Ela começou aos 12 anos no Judô, mas devido uma lesão no joelho decidiu procurar um novo esporte. Mãe, competidora, organizadora de eventos e dona de casa, ela ainda encontra tempo, na sua rotina corrida, para dar aulas.


“Uma das coisas mais bonitas que a gente vê no esporte, principalmente nas artes marciais, é a gente está passando para as outras pessoas, estar encaminhando algumas crianças e até adultos a um caminho, que é diferente. A gente vê tanto como está a marginalidade, a criminalidade, e dentro do esporte a gente indica isso, a gente encaminha a ter uma mudança de hábito e percepção da sociedade como é lá fora”, diz ela.

Quando Fafá começou a competir aqui em Roraima a quantidade de meninas ainda eram poucas, segundo ela, antigamente havia muitos preconceitos.

“Existia aquele mito que arte marcial, que esporte que luta, na verdade, é coisa mais para homem, que não é mais coisa para mulher, aquela mistificação, aquele preconceito mesmo. Eles viam a mulher como lésbica ou ‘machuda’, como diziam, por fazer uma arte marcial”.

Ela relata que hoje, as mulheres cada vez mais praticam esportes. “Hoje a mulher procura ser mais independente, ela procura um esporte como uma forma de atividade física, como uma forma de defesa pessoal, como uma forma de interagir, de livrar do estresse do dia a dia”.


Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:




PRATIQUE UM ESPORTE

Se você quer conhecer um pouco sobre os demais esportes que se enquadram em artes marciais, confira a lista que preparamos para você:

JIU-JITSU – reflete um desporto de combate e revela um sistema de defesa pessoal próprio que se concentra no mobilizar da ação do adversário.

JUDÔ – uma arte que serve tanto para atacar quanto para defender usando o próprio corpo.

KARATÊ – é um desporto de combate muito técnico, onde os lutadores utilizam todo o tipo de golpes, como pontapés, socos e joelhadas para vencer os seus adversários.

MUAY THAI – utiliza quase todos os membros do corpo humano como armas de combate. É uma arte que visa trabalhar a flexibilidade e a agilidade do corpo, de modo que seja possível esquivar-se corretamente dos ataques dos adversários.

TAEKWONDO – de origem coreana, o nome significa “a arte de usar os pés e as mãos na luta”.






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