Por: Antonio Duarte e Filipe Gustavo.
TDAH Afeta de 5% a 8% das crianças no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção.
Na quarta-feira (13), ocorreu o dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção, a celebração é para lembrar a importância da conscientização sobre este transtorno e os prejuízos que pessoas com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade) enfrentam.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o TDAH é classificado como leve, moderado e grave, dependendo do grau de sintomas apresentados. Seu diagnóstico é baseado em vários comportamentos relacionados à hiperatividade, impulsividade e desatenção que afetam diretamente nas atividades sociais, acadêmicas e profissionais persistentes consecutivamente por mais de seis meses.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e tende a acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. A Neuropsicóloga Magaly Sarah Rocha, explica o desenvolvimento desse transtorno. "Tudo que é neurodesenvolvimento já nasce com essa predisposição, isso significa que o funcionamento cognitivo vem alterado. As causas são genéticas, mas, não significa que se eu tenho um pai com TDAH eu tenho 100% de chances de ter o transtorno, mas, quando eu tenho uma criança com TDAH a uma chance maior do que 50% do pai ter o transtorno, lembrando que o TDAH não é hereditário", explicou.
Magaly fala que os sintomas do TDAH estão presente na vida de uma pessoa desde muito cedo, mas, o diagnóstico é a partir dos 5 anos de idade e destaca que o recomendado para fazer o diagnóstico é a partir dos 6 anos, quando a criança consegue passar por uma bateria de teste padronizado. “Por que a gente não consegue fazer o diagnóstico com 4 anos? Porque até os 4 anos a gente quer que a criança seja mais agitada, ativa, que ela explore e que ela mecha ou seja, curiosa. Quando a criança completa 5 anos, esses comportamentos precisam ser diminuídos, e a gente começa observar que em umas crianças isso não acontece, então, é um indicativo que sim, que pode ter alguma coisa diferente com a criança. Eu gosto de fechar o diagnostico com 6 anos porque é a idade que já tem testes padronizados, reconhecidos para avaliar todo o funcionamento da criança" relatou.
O transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. A neuropsicóloga, ainda explica que é importante saber que há pessoas com TDAH onde não tem imperatividade e impulsividade, mas, são desatentas, assim como existe pessoas que são apenas imperativas e ressalta quem é diagnosticado são
bastantes criativos e consegue desenvolver hiper foco e se tiverem o tratamento adequado, a pessoa terá um bom rendimento naquilo que se determina a fazer.
A jovem, Jhully Rocha, de 23 anos, foi diagnosticada com TDAH e fala que soube lidar com tranquilidade, também, relata o que é mais prejudicado no seu dia a dia por conta do transtorno. “No dia do diagnostico não entendi porque não prestei atenção, mas, procurei me informar do que se tratava. O que mais me prejudica com certeza é atenção, tanto na vida acadêmica e profissional, e esqueço muito o que devo fazer”.
(Foto: Arquivo pessoal)
Comportamentos que se caracteriza como TDAH:
· Desatenção: Pessoas que geralmente esquecem objetos, pessoas que não conseguem seguir mais de três comandos não relacionados, pessoas com dificuldades para manter atenção durante uma conversa demorada e pessoas que tem dificuldades em atividades com planejamento.
· Impulsividade: Pessoas que conseguem se meter em conversas que não são delas, que estão metidas em confusões, pessoas que respondem antes de ouvir uma pergunta e que não tem paciência para ouvir sermões.
· Imperatividade: pessoas que trocam muito de atividades, pessoas que não conseguem levar em diante os projetos, pessoas tem dificuldades de fazer autorregulação.
Yan Marinho Garcia, de 21 anos, que também foi diagnosticado com o transtorno, fala sobre os seus principais sintomas. “O maior problema é a memória, hiperatividade que é quase impossível de controlar. Sons altos e extremamente agudos me irritam, não consigo ficar em locais assim.”
O Jovem explica que não conhecia o transtorno até ser diagnosticado e que até hoje não sabe muito sobre o TDAH. “Descobri no início de 2022 quando fui ao psiquiatra, onde fui diagnosticado com depressão e ansiedade. São muitas situações diárias que só quem passa consegue entender como é a inconveniência de sentir-se assim.”
De acordo com a Magaly, os testes precisam verificar todo o funcionamento cognitivo avaliando a atenção, memória, velocidade de processamento, se é uma pessoa que é melhor de forma verbal ou em raciocínio não verbal, como se desenvolve as questões de aprendizagem e se alguma coisa na personalidade é alterada.
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