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Roraima registra aumento de 15,5% nos casos de gravidez na adolescência

Atualizado: 3 de abr. de 2021

A direção do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth informou que em 2020 a unidade realizou 1.617 partos em gestantes com idade entre 12 e 18 anos. 217 partos a mais que em 2019.

 

Foto: Mônica Gizele


A Secretaria Estadual de Saúde (SESAU), por meio da direção do Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), disponibilizou dados referente a partos de gestantes com idade entre 12 e 18 anos. Em 2020, foram registrados até o mês de novembro 1.617 partos, 217 a mais que os 1.400 partos registrados entre janeiro e dezembro de 2019. Um crescimento que representa 15,5%.


Um relatório divulgado em 2020 pelo Fundo da População da ONU (UNFPA), indica que ao ano, 430 mil bebês nascem de mães adolescentes e a taxa de fecundidade no Brasil, entre meninas de 15 a 19 anos, é de 62 a cada mil bebês nascidos vivos: acima da média mundial, que é de 44 a cada mil.

Foto: vanessababoraphoto


A designer de sobrancelhas Rafaelle dos Santos foi mãe aos 16 anos. O Cristian chegou de surpresa na vida dela quando ainda estava no segundo ano do ensino médio. Ela relatou as dificuldades que enfrentou nos primeiros meses de gravidez com o apoio familiar e também a desistência dos estudos.


“No começo foi bem difícil para o meu pai apoiar, mas acabou aceitando. Tive o apoio da minha mãe, do pai do bebê e da minha sogra, foi uma fase difícil pois ninguém estava esperando, mas com o passar dos meses tive muito apoio nas consultas, gastos e tudo mais. Após o nascimento, precisei parar de estudar até conseguir fazer o EJA”, contou.


A autônoma Ruth Araújo engravidou aos 17 anos. Ela está entre os 1.617 partos que foram registrados em 2020. Assim como Rafaelle, ela ainda não havia terminado os estudos, e disse que o apoio que recebeu na fase inicial foram essenciais para que ela pudesse concluir o ensino médio.


“Quando eu engravidei faltava apenas 6 meses para eu me formar no ensino médio. Contei para minha família e tive todo apoio e amor possível, apoio dos meus amigos e professores da escola também. Fiz Enem grávida e o vestibular grávida, não passei por um pontinho apenas, mas mesmo assim sigo estudando e nunca desisti dos meus sonhos.”

Foto: Arquivo pessoal/Mônica Silva


A história de Rafaelle e Ruth são parecidas com a de centenas de meninas que viveram a gravidez na adolescência e precisaram encarar um mundo de responsabilidades de uma maneira precoce e inesperada. Para a psicóloga Mariane Martins, o apoio familiar é fundamental nessa etapa, pois são várias mudanças que acontecem. O apoio é no sentido de acolhimento.


“É importante que os pais apoiem esses adolescentes e não os julgue. Porque o adolescente pulou uma fase da vida dele e vai ter que assumir algumas responsabilidades, não vai poder sair a hora que quiser... Então é ajudar o adolescente a exercer o papel de pai ou mãe.”


Ela destacou a importância de levar informações através do diálogo, não como cobrança, mas como uma maneira de prevenir uma gravidez precoce. Orientar as formas de prevenção e as consequências de ter um filho na adolescência.


“Orientar é muito importante. A educação sexual é muito importante nessa etapa. Por mais que seja um tabu entre as famílias, se você não falar com seu filho sobre a educação sexual, não vai garantir que ele vai se prevenir ou que não vai ter relação sexual.”

Foto: Mônica Gizele


Além dos impactos na saúde psicológica é fundamental o cuidado com a saúde do corpo. Para a médica pediatra e membro da Sociedade Roraimense de pediatria, Lussandra Martins, o ideal depois da educação e informação de qualidade em uma abordagem contínua na vida dos adolescentes, são os métodos de barreira e os hormonais.


"Para essa orientação o adolescente deve ser avaliado por um médico, de preferência pediatra, que irá avaliar através de exame físico e a amnésia detalhada qual será o melhor método para aquele adolescente. O que se tem mais eficácia é o combinado: método de barreira e o hormonal, pois diminuímos as doenças sexualmente transmissíveis e diminuímos a incidência de gravidez nas adolescentes."



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