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Coiab publica nota de apoio à jovem liderança indígena Txai Suruí

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) publicou ontem (10), uma nota de apoio à indígena Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, que vem sofrendo ameaças após seu discurso na abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26).

Imagem: reprodução

Confira a nota abaixo:

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) vem por meio desta nota prestar seu irrestrito apoio a jovem liderança indígena Txai Suruí, do povo Paiter Suruí, que vem sofrendo diversos ataques após sua forte e incisiva fala na abertura da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que está acontecendo desde o dia 31 de outubro deste ano, em Glasgow, na Escócia. Txai Suruí foi a única brasileira e indígena a discursar na abertura da conferência.

Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, nasceu na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, tem 24 anos e é a primeira pessoa do seu povo a cursar Direito. Também é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia. Txai é filha do cacique Almir Narayamoga Suruí, uma das mais importantes lideranças indígenas do Brasil, e da indigenista e ativista socioambiental Neidinha Suruí, que atua há quase 50 anos na defesa dos povos indígenas e do meio ambiente.

A jovem denunciou ao mundo o crime cometido contra Ari-Uru-Eu-Wau-Wau, liderança indígena assassinada em 2020, em Jaru, Rondônia. Txai também alertou sobre a necessidade da inclusão dos povos indígenas nas decisões e debates sobre o clima. Convocou ainda os líderes mundiais a saírem do discurso e de fato agirem para a proteção das florestas e dos povos indígenas.“Vamos frear as emissões de palavras mentirosas e irresponsáveis. Vamos acabar com a poluição das palavras vazias”, disse Txai.

A fala e o espaço ocupado por Txai Suruí na conferência representa a voz dos povos indígenas da Amazônia e do Brasil. Demonstra a luta que estamos travando nos mais diversos espaços, em defesa de nossos direitos, de nossos territórios, da vida e da floresta em pé. Mas também deixa evidente a violência e o racismo estrutural com o qual lidamos diariamente nesse atual (des)governo, que vem implementando, desde sua campanha, uma intensa agenda anti indígena, além de inflar e apoiar discursos de ódio contra nós.

O ataque direto através de ameaças a Txai Suruí representa o contexto da erosão dos direitos indígenas que lamentavelmente o Brasil vive sob comando do atual governo. É preciso reconhecer a contribuição dos defensores indígenas em questões ambientais para o fortalecimento da democracia brasileira.

Repudiamos o racismo, a misoginia e a covardia daqueles que atacam e ameaçam Txai Suruí e tantas outras lideranças indígenas que erguem suas vozes. O direito a ter nossas falas respeitadas faz parte de nossa luta. Esses ataques e ameaças não ficarão impunes, não nos intimidam e jamais irão nos calar!

Txai Suruí, sua voz é nossa voz! Sua denúncia é legítima! O espaço que ocupou é nosso também, como povos originários do Brasil. Você não está só. Somos muitos/as e estamos juntos/as nessa luta!


Fonte: COIAB

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