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Brasil é o 4º país que mais matou ativistas do meio ambiente em 2020

A nação registrou o terceiro maior número de assassinatos contra defensores ambientais na América Latina, segundo levantamento da ONG de direitos humanos Global Witness.


Mais de um terço de todos os ataques fatais contra defensores ambientais mataram indígenas (Foto: Christian Braga/MNI/Greenpeace)

Não são apenas animais e biomas que precisam de proteção: quem luta para salvar a natureza das mudanças climáticas e da ação humana também está ameaçado. É o que diz o relatório Last line of defence, lançado nesta segunda-feira (13) pela ONG de direitos humanos Global Witness, que coleta dados sobre assassinatos de ativistas ambientais desde 2012.


Segundo o levantamento, 227 homicídios foram registrados no mundo em 2020, o equivalente a mais de quatro mortes por semana. Só no Brasil ocorreram 20 casos, o que nos torna o quarto país que mais matou ativistas do clima no ranking mundial e o terceiro na América Latina.


Cerca de três quartos dos crimes contra ativistas brasileiros e do Peru ocorreram na Amazônia. O Brasil também está entre os oito países que tiveram como vítimas autoridades do governo ou oficiais florestais que trabalhavam para proteger o meio ambiente. Foram contabilizadas no total 28 ocorrências do tipo na Colômbia, na República Democrática do Congo, na Guatemala, nas Filipinas, no Sri Lanka, na Tailâdia, em Uganda e no nosso país.


O pior ano

A violência contra aqueles que protegem o planeta vem crescendo nos últimos anos, e 2020 foi o mais perigoso até agora. Mais da metade dos assassinatos no ano passado ocorreram em três países: Colômbia, México e Filipinas. Entre as dez nações com mais mortes, sete estão da América Latina.


A exploração madeireira é apontada pelo relatório como a principal causa dos assassinatos: 23 episódios foram associados à atividade. O agronegócio e a mineração estiveram ligados a 17 homicídios. Desde 2015, esses últimos dois setores foram relacionados a mais de 30% das mortes de defensores ambientais, segundo a Global Witness.


Seguindo a tendência de anos anteriores, quase 90% das vítimas em 2020 eram homens. Já as mulheres sofreram formas de violência específicas de gênero, incluindo a sexual. Além disso, mais de um terço dos homicídios no mundo visaram povos indígenas, que foram alvos de cinco a cada sete assassinatos em massa.


O relatório cita ainda tipos de violência não fatais, como ameaças e agressões, mas que também são frequentes contra quem luta pelo meio ambiente. “Sabemos que, além dos assassinatos, muitos defensores e comunidades também experimentam tentativas de silenciá-los, com táticas como ameaças de morte, vigilância, violência sexual ou criminalização — e que esses tipos de ataques são ainda menos bem relatados”, diz o documento.


Fonte: Galileu


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