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Vacina do Sapo: veneno ou remédio?

Atualizado: 22 de mar. de 2021

Phyllomedusa bicolor é a rã que dá origem a “vacina do sapo”, um remédio transamazônico que gera contradições entre a medicina cultural e a tradicional.


Por Taígo Araújo

Foto: Divulgação

Popularmente conhecida como vacina sapo, a substância na verdade é uma aplicação de um veneno extraído de uma rã, que tem o nome científico de Phyllomedusa bicolor, conhecida popularmente como Rã-Kambô, Kamboa ou Kampô, dependendo da região amazônica onde se encontra.


O uso da substancia como remédio teve início na região amazônica em várias tribos indígenas dentre elas estão os Kanamaris, Katukinas, Caxinauás, que se encontram entre o sudoeste dos estados do Amazonas, estado do Acre e uma parte ao leste do Peru.


Segundo tradição indígena do povo Kaxinawá, um líder xamã teve uma visão e recebeu uma revelação após tomar um chá durante um rito indígena, o Ayahuaska. Teria sido indicado a ele qual “sapo” utilizar e como realizar o processo de extração e aplicação da vacina.


O remédio é utilizado principalmente para combater a preguiça, dar disposição e para melhorar o desempenho durante a caça e a pesca.


Uma das cidades mais visitadas por turistas e curiosos em busca da vacina é Cruzeiro do Sul, cidade mais ao norte do Acre, quase na fronteira com o estado do Amazonas.



Busca do remédio e aplicação

A rã que tem hábitos noturnos é capturada nas madrugadas nas florestas amazônicas. A caça é realizada por índios mais velhos e experientes, os mesmos são responsáveis pela preparação e aplicação.


Depois de capturado, o anfíbio tem as costas raspadas com uma paleta de madeira, para retirar a substância que contém seu veneno. Depois do processo o animal é devolvido a natureza.


Para realizar a aplicação da vacina são feitas pequenas queimaduras, em torno de sete a nove, na superfície da pele, geralmente nos braços ou antebraços dependendo de quem aplica. Logo após o veneno da rã é aplicado em forma de resina nas fissuras. O efeito é quase imediato, dentro de dois a três minutos a pessoa que recebe a dose começa a sentir dores de cabeças, enjoo e anciã de vômito ou diarreia. Após aplicada, seus efeitos duram em média de 15 a 30 minutos e pode variar de acordo com o organismo de cada pessoa e com a quantidade da dose aplicada.


Experiência própria

Para o estudante de enfermagem Yago Araújo de 27 anos, a aplicação da vacina foi uma que serviu como marco de um novo ciclo, “Fui tomar a vacina por curiosidade, acabei passando por uma experiência que me marcou, sinto que saí renovado, muito mais leve”, disse.


Apesar de todos efeitos, Araújo recomenda a aplicação, “ é uma experiência única, senti muitas dores de cabeça e um desconforto enorme no estomago. Mas depois de tudo me senti com um alívio muito grande, muito mais leve do que quando cheguei, dá uma sensação de paz e disposição física, certamente voltarei”, relatou.


Foto: Taígo Araújo


A vacina em Boa Vista

Em Boa Vista – Roraima, a vacina é aplicada ao lado do Centro Espirita Estrela do Oriente, localizado na rua Pedro Praça, nº87, bairro Asa Branca. A responsável pela aplicação do Vacina é Dona Maria, que tem o contato de número: 95-991760934.

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