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Foto do escritorFabio Almeida

MST/RR realiza encontro de mulheres

Atualizado: 8 de abr.



Em homenagem a passagem do dia Internacional de Luta das Mulheres, o Movimento dos Trabalhadores Trabalhadoras Sem Terra (MST) promove, entre os dias 6 e 8 de março, uma jornada de lutas das mulheres Sem Terra, do estado de Roraima. O evento será realizado na sede da organização, localizada no bairro Alvorada e na praça Germano Sampaio, no Pintolândia.


Bia do MST, militante do movimento

O encontro das mulheres foi estruturado de forma que promova a formação e incentive a mobilização permanente das mulheres para resistir a violência cotidiana, protagonizada, segundo a militante Bia do MST, “pelo aumento dos conflitos nos territórios, da violência doméstica e política e pela permanência da fome devido a precariedade das políticas de fomento vivenciadas nos últimos anos”.


A realização do encontro inaugurará o calendário de lutas dos trabalhadores Sem Terra em Roraima, tendo como prioridade a luta pela reforma agrária popular como ferramenta central da democratização do acesso a terra e a agroecologia como procedimento adequado do processo produtivo. Para Bia do MST, o encontro fortalecerá o processo de construção do feminismo camponês popular que pauta a luta das mulheres no contexto sociológico da vivência no campo e na resistência ao patriarcado.


No primeiro dia do encontro será realizada uma roda de conversa sobre as violências contra as mulheres. No dia 07/03, as participantes desenvolverão atividades em uma oficina sobre a prática de produção de fito cosméticos. No último dia, será realizada uma aula pública sobre violências contra mulheres, unificando os diversos movimentos de mulheres de Roraima. Os encontros serão realizados as 19h nos dois primeiros dias, na sede do MST/RR. Já no dia 08/03, o início das atividades é previsto para 18:30h, na praça Germano Sampaio.


Para Bia do MST, o objetivo central da realização da jornada é promover um diálogo em torno das violências que as mulheres estão expostas, desde as violências estruturais até a violência imposta pelo modelo produtivo capitalista, situações que afetam diretamente a vida das mulheres e necessitam ser analisados e combatidos. "Por isso, propomos esse modelo que estabelece elos entre a cidade e o campo, unidade fundamental as mudanças que nós do MST almejamos em Roraima", afirmou Bia.


“A unificação das mulheres do campo e da cidade é importante para se denunciar as violências e fortalecer a resistência”, afirma Bia do MST. Roraima ocupa o primeiro lugar em estupros de mulheres e vulneráveis, conforme aponta o relatório do 17 anuário de segurança pública, ao apontar 726 casos, no ano de 2022, para cada grupo de 100 mil pessoas. O indicador é 24% superior ao do Acre que se encontra na segunda posição de Estado mais perigoso para uma mulher viver. “Trazer essas denúncias é fundamental para que possamos pressionar o Estado na formulação de políticas públicas de proteção das trabalhadoras do campo, das águas, da floresta e das cidades, além de lutar por condições dignas de trabalho, lazer e saúde”, afirma Bia do MST.

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