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Fronteira em colapso: Imigrantes desafiam a lei para recomeçar a vida

Os deslocamentos em todo o mundo tem sido provocada em muitos casos por conflitos internos, crises socioeconômicas e catástrofes naturais.


A acentuada crise do governo bolivariano da Venezuela, que sofre com sanções econômicas, provoca o êxodo de nacionais para outras partes do continente. Para a maioria destes imigrantes, o caminho até a chance de recomeçar a vida é cheio de dificuldades, preconceito, exploração e até mesmo a ilegalidade.


Tensão registrada em 2019, quando insatisfeitos com o regime cobravam melhores condições, reivindicavam acolher a ajuda humanitária destinada a população do país, que vive uma das maiores tragédias alimentares. Registro do site Jovem Pan (2019).


A faixa de fronteira terrestre entre Venezuela e Brasil, tem sentido o quanto os impactos dos fluxos imigratórios modificaram as relações comerciais, além de causar dificuldades para o atendimento humanitário de inúmeros cidadãos em busca de novas oportunidades.


Confira a linha histórica dos fatos ocorridos na faixa de fronteira Venezuela e Brasil.



Confira a linha histórica dos fatos ocorridos na faixa de fronteira Venezuela e Brasil.

Linha do tempo, adaptado dos artigos: AUGUSTO, Isabel Regina. Brasil profundo: a identidade nacional a partir da recepção midiática da interiorização dos imigrantes venezuelanos. Isabel Regina Augusto, Vângela Maria Isidoro de Morais. Revista del CESLA. International Latin American Studies Review, (22), Universidad de Varsovia, Centro de EstudiosAmericanos. 2018: 265 - 296. |Crise econômica e migrações de venezuelanos para Roraima: um estudo sob a ótica dos direitos fundamentais da pessoa humana. Congresso Internacional de Direitos Humanos. Marcos Joel de Melo Santos. 2016.


A disparada de imigrantes rumo a região fronteiriça, modifica consideravelmente a paisagem urbana nas cidades gêmeas de Santa Elena de Ueiren e Pacaraima, e sentem de forma direta os impactos da crise política e econômica vivida no país vizinho, agravado pelo aumento do número de solicitações por refugiados em busca de ajuda humanitária no Brasil.


"Buscamos por ajuda em Pacaraima, mesmo com a fronteira fechada".

Relatos dos imigrantes em busca de ajuda humanitária, edição José Carlos Magno Neto.

Crédito das imagens: Harlinis Yorjeth|2019.


O fechamento oficial das fronteiras no período da pandemia tem acentuado o colapso de atendimento, assim como a intensificação dos fluxos imigratórios superam a capacidade de suporte para a recepção de novos imigrantes em situação de vulnerabilidade.


Toda essa conjuntura regional tem provocado mudanças consideráveis nas relações internacionais e comerciais, sentidas principalmente por moradores das cidades gêmeas de Santa Elena de Uairen e Pacaraima.


Os imigrantes buscam refúgio em abrigos humanitários, porém a super lotação desses espaços sociais de acolhida são fragilizados pelo aumento disparado por solicitação de atendimento da demanda oriunda dos deslocamentos forçados em seu país de origem.


A acolhida assistencial desenvolvida na cidade fronteiriça Pacaraima - Brasil. (Acervo da Associação Internacional Canarinhos da Amazônia Embaixadores da Paz - AICAEP) - 2018.


E o resultado dessa crise é sentida pelas reduzidas políticas públicas destinadas ao contexto de vulnerabilidade social dos imigrantes na fronteira e acentuada com as necessidades, ampliada com a agravamento da pandemia.


As ações humanitárias na fronteira, tem sido viabilizadas por agentes da sociedade civil organizada em conjunto com iniciativas de ONG's e Associações, todos os esforços são empreendidos para conduzir o justiça social, e principalmente diante da dificuldade enfrentada pela população deslocada, resguardar as condições de dignidade humana.

Diálogo junto às mulheres e crianças acolhidas pela AICAEP, promovida como parte da programação de formação e o atendimento, em grupos de atividades educacionais.


A coordenadora da Associação Internacional Canarinhos da Amazônia Embaixadores da Paz, Maestrina Míriam Nascimento Blos, tem exercido o atendimento do contingente que recorre a entidade, e destina às mulheres e crianças atenção necessária para sua acolhida nesse contexto de vulnerabilidade, e com a crise humanitária, o que já era complicado pelo reduzido recurso, aumentou pelos poucos donativos que chegam para a assistência social e as questões de cuidados com a saúde coletiva.


"Os deslocamentos dos irmãos Venezuelanos tem sido mais intenso nestes últimos dias. Passamos momentos de muita insegurança com a reprimenda da guarda ostensiva na Fronteira com a deportação de centenas de venezuelanos indocumentados, se tratava do nosso público alvo, mulheres e crianças." Ressaltou Blos.

Atividades pedagógicas destinadas ao preparo por meio da musicalidade e metodologias interativas e construtivas, propostas para as crianças em fase de aperfeiçoamento nas mais variadas modalidades educacionais oferecidas pela AICAEP.


Os trabalhos tem sido em parceria, e conjuntamente com a Casa de Passagem da Pastoral do Imigrante, da Igreja Católica, tenta amenizar as dificuldade e orientar aos novos rumos, tem sido objetivos mantidos pela entidade, como explica Míriam Blos.


"Continuamos a atender um público que é forçado diariamente a deixar a Venezuela e caminhar horas e horas pelas trochas... Atualmente atendemos 115 famílias a maioria são mulheres e crianças. Fazem parte dos programas musicais da AICAEP, 91 crianças e adolescentes de 05 a 15 anos. As características continuam sendo as mesmas, mesmo com a diversidade de histórias que cada um traz. A fome, a busca dos serviços básicos de saúde, a luta para sobreviver em Pacaraima (Aqui não há perspectivas de emprego) e quando há, as jornadas são longas, a má remuneração, as moradias são insalubres, a maioria do público atendido pela AICAEP mora em lugares sem nenhuma infraestrutura. As crises sanitárias se intensificam e ainda há muita estigmatização quando procuram atendimento nos principais serviços de saúde, frequentemente sofrem ainda com a barreira linguística e a xenofobia disfarçada com a presença dos " Venecas". Sabemos que a legislação Brasileira garante acesso a direitos básicos conforme a Lei de imigração." Destaca Míriam.


A cultura de paz resultantes dos trabalhos humanitários desenvolvidos pela AICAEP, exercem a diplomacia do diálogo contínuo em ações conjuntas com a frente de guarnição dos direitos humanos. No registro, a coordenadora junto aos representantes do projeto Acolhida do Exército Brasileiro, visitas técnicas em consonância às demandas diárias existentes na entidade.



E são muitas as trajetórias de vida, imigrantes encaram de frente as adversidades e desafios dos deslocamentos forçados, e saída inesperada de sua terra natal, contexto que podem ser sentidos com os relatos de bravura e determinação de nossa personagem, e em respeito a sua condição de irregularidade mantemos preservado sua imagem, pois os procedimentos oficializados já estão em andamento juntos aos órgãos oficiais no Brasil.

A coragem da mulher em situação de travessia da fronteira por meio das rotas irregulares, rotas clandestinas, evidenciam os perigos assumidos por seguirem travessias não oficiais. Os relatos de superação e perseverança, frente aos momentos insólitos dessa jornada de luta para reconstruir sua vida e oferecer melhores condições à família.


Famílias imigrantes assistidas pelas ações estruturantes da ACICAEP, em ações humanitárias.


Saiba mais com o nosso convidado Prof. José Hamilton dos Santos Batista - economista, falará nesse espaço entendimentos destinado à compreensão da conjuntura internacional e os efeitos econômicos sofridos no contexto fronteiriço por meio da visão analítica e minuciosa à luz dos acordos internacionais e os efeitos da pandemia no cenário de complexidades.


Mapa temático da localização estratégica do Estado de Roraima. Imagem obtida no Guia Turístico Roraima Ecológico, Histórico e Cultural - 2007, DETUR - SEPLAN - GOV/RR.


Por Shigeaki Ueki Alves da Paixão - José Carlos Magno Neto - Marcos Joel de Melo Santos - Nailson Silva de Almeida - acadêmicos do curso superior de comunicação social - habilitação em jornalismo, da Universidade Federal de Roraima.

Sob a supervisão da Profa. Dra. Tatiane Hilgemberg Figueiredo - UFRR.

Atualizada em 24.03.2021, às 23h 50min. (Horário de Boa Vista - Roraima - Brasil.)



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