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Dia do Índio: memória, resistência e luta jovem por educação são lembrados na data


19 de abril, Dia do Índio. Data marcada pela reflexão em torno da importância das comunidades indígenas na constituição do povo brasileiro, contexto atual dos nativos no país e debates sobre a memória, preservação de costumes, luta por direitos e protagonismo jovem no Estado.


A data, criada através do decreto-lei 5.540 de 1943, foi proposta em 1940 pelas lideranças indígenas do continente, que na época participavam do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. O dia pode ser considerado como um momento de reflexão sobre os valores culturais das nações nativas e a importância ds respeito por seus valores.


Índia da etnia Wapichana, da comunidade Truaru da Cabeceira, em Boa Vista, Ariene dos Santos Lima, 21 anos, é acadêmica de Jornalismo na Universidade Federal de Roraima. Filha de Tuxaua, ativista e representante na luta jovem por Educação, Ariene saiu da comunidade direto para a universidade. Ela compreende a data como um momento para conquista de espaço e protagonismo. “Apesar da data não ter sido criada por nós, entendemos a importância, pois é uma data para reflexão e com certeza para mostrar ao mundo que existimos e resistimos, uma maneira de dizer estamos aqui. Também essa data representa a resistência do movimento indígena.”, afirmou.


Ela conta que para os jovens a data é um momento importante para o autoconhecimento e autoafirmação, além da consciência de pertencimento às comunidades, culturas e identidades como elementos indispensáveis e essenciais para que os povos indígenas possam lutar de maneira firme. Pois, segundo ela, os jovens são os pilares que sustentarão o futuro e continuidade dos costumes e causas.


De acordo com a jovem, a luta por direitos ainda está longe de terminar, muitas coisas precisam ser conquistadas e a demarcação de territórios é um dos principais objetivos dos povos indígenas. Ela ressalta mais uma vez a importância do índio assumir sua própria causa para avançar na conquista de direitos. “Primeiramente o direito a terra. Esse ainda é um dos primordiais em nossa luta, a segunda é a luta pelo espaço nos órgãos da sociedade, isso é referente à reapresentação, tendo em vista que nos últimos anos o nosso povo foi muito usado para promover muitas pessoas que não deram sequer um retorno para as comunidades, e isso é uma luta coletiva referente à Educação, Saúde e Territórios”, explicou.


Conforme Ariene, mesmo com a data a representatividade dos nativos na sociedade ainda é muito pequena, as pessoas acabam não conhecendo a real forma como vivem os povos e quais são suas lutas. “Nossas causas e culturas não são pautadas na sociedade, e isso é ruim, pois quando não se conhece não há aproximação e causa o estranhamento dessa população.”, comentou.


A estudante finaliza com uma fala sobre sua luta pela promoção de direitos educacionais no espaço universitário e nas comunidades. Ela salienta as dificuldades para um indígena ter acesso a uma educação de qualidade e que respeite as diferenças, costumes e práticas de seus povos. “Eu luto em favor da Educação, de forma justa e igualitária, pois em relação aos povos indígenas as questões em relação à educação é muito precária. É preciso mais que ter leis escritas no papel, que essas leis se cumpram, temos o ensino diferenciado e isso é fato. Temos a nossa maneira de entender o ensino e a aprendizagem, e devemos sim lutar por isso. Minha ação quanto a isso é estar na Universidade e procurar neste ambiente entender o sistema e promover ações de empoderamento dos jovens em prol das causas de seus povos”, finalizou Ariene.


Acompanhe mais no site: EducaRR

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