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Entre Cara ou Coroa: os dois lados da moeda, as raízes históricas e os desafios contemporâneos

Confira produção experimental em áudio do Amazoom que pretende revelar os segredos do debate democrático em meio à polarização política.

 

Por Ana Paula Lopes, Ingryd Silva e Ney Sampaio*.



Direita e esquerda, outras daquelas ideias abstratas, hoje transformam-se em trincheiras ideológicas, onde o debate político cede lugar à hostilidade. Porém, quais são as raízes por trás da rivalidade que define as dinâmicas sociais e econômicas há séculos? Esse antagonismo, permeado por ideologias, valores e cosmovisões distintas, tem suas raízes profundamente entrelaçadas na história, delineando um panorama complexo que moldou o cenário político e influencia o curso dos eventos políticos até hoje.

 

Segundo o historiador Matheus Gomes, a gênese dessa polarização remonta à Revolução Francesa, no final do século XVIII. Nesse período, as divergências entre monarquistas e republicanos serviram como um divisor de águas para definir os espectros políticos. Na Assembleia Nacional, enquanto os monarquistas, que defendiam a manutenção dos privilégios aristocráticos, se posicionavam à direita, os republicanos ocupavam a esquerda e almejavam uma ordem social mais igualitária e democrática. Essa configuração espacial deu origem aos termos como conhecemos hoje.

Entre as principais divergências entre as visões de mundo (à Direita e à esquerda) estão o papel do Estado, a forma de organização social e a distribuição de riqueza. Além disso, a discussão contemporânea também sugere questões culturais, sociais e éticas como pautas.

Ao longo dos séculos, essa dicotomia se intensificou com o surgimento de grandes blocos ideológicos que se consolidaram em movimentos políticos importantes, como o capitalismo e o socialismo. Essa disputa resultou em conflitos sangrentos, como as revoluções bolchevique e chinesa, diversas guerras civis, e a grande “Guerra Fria” opondo os Estados Unidos à União Soviética após o final da Segunda Guerra Mundial.


 

A dicotomia no Brasil

 

No Brasil, durante a República Velha, entre 1889 e 1930, o embate se concentrou entre oligarquias regionais, já na Era Vargas, de 1930 a 1945, o Estado nacionalista gerou conflitos entre os grupos políticos. O duelo encontrou seu auge durante a Ditadura do Regime Militar, entre os anos de 1964 a 1985.


Em Roraima, a partir da década de 1970, a divisão se intensifica devido à disputa por terras e recursos naturais, despertando confrontos entre posseiros, indígenas e garimpeiros. As demarcações de terras indígenas e a proteção dos direitos desses grupos são protagonistas inclusive nas discussões ideológicas mais recentes.


O historiador Matheus Gomes explicou a gênese da polarização entre direita e esquerda (Foto: Arquivo Pessoal).
Em Roraima a imigração venezuelana também gerou debates acalorados, enquanto a direita defende medidas mais restritivas, a esquerda justifica políticas de acolhimento humanitário.

A história nos ensina que os debates ideológicos extremistas fragilizam as instituições democráticas e cedem espaço para o retrocesso. O avanço da humanidade depende da habilidade de absorver as lições do passado e reconfigurar o futuro em que a discussão de ideias seja frutífera e a busca por soluções seja a meta primordial.

 

Nesse contexto, a influência da mídia tradicional e dos novos canais de comunicação digital se revela vital, um tema que aprofundaremos nos próximos capítulos desta jornada.

 

* Grupo 1. Conteúdo experimental produzido no escopo da disciplina JOR53 – Jornalismo Especializado I.

 

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