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Entenda o papel da fisioterapia intensivista no tratamento das sequelas pós-covid

O fisioterapeuta intensivista, Thales Almeida, explica sobre o perfil dessas pessoas e, segundo ele, no pico da pandemia, existiam pacientes de varias idades e de vários graus de comprometimento pulmonar.


Por: Camilla Cunha e Laura Alexandre


O fisioterapeuta pode atuar em diversas áreas, mas muitos desconhecem a importância desse profissional no tratamento das sequelas pós Covid-19. A sua atuação tem contribuído para evitar complicações cardiorrespiratórias e motoras em indivíduos hospitalizados, bem como para recuperar a funcionalidade, principalmente da capacidade pulmonar e aeróbica daqueles que tiveram a doença.


Entretanto, ainda não há estudos conclusivos sobre as sequelas deixadas pela Covid-19, porém uma parcela significativa dos doentes recuperados continua necessitando de assistência fisioterapêutica após a alta hospitalar.


Muitos estudiosos afirmam que as sequelas pós-Covid estão associadas à doença viral em si e à permanência prolongada do paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


A estudante de gastronomia Rebeca Palácio, 22, contraiu o vírus no ano passado, teve sequelas como ansiedade, queda avançada dos cabelos e baixa autoestima. Apesar disso, ela conta que foi diagnosticada como assintomática quando estava com a doença.


“Depois da doença, eu fiquei com sequelas. Já se passou um ano e meu cabelo continua caindo muito, se tornando quebradiço e frágil, além disso, eu adquiri baixa autoestima e ansiedade como consequência do vírus”, explica a estudante.


Rebeca ressaltou que está fazendo o tratamento médico em casa com vitaminas e cuidados rigorosos com o cabelo. “Com paciência eu sei que eu vou recuperar o meu cabelo logo e minha saúde emocional”, conclui.


A sequela pós-covid de Rebeca não precisou necessariamente de ajuda fisioterapêutica, mas outras vitimas da doença precisaram fazer um tratamento especifico para recuperarem sua saúde.


O fisioterapeuta intensivista, Thales Almeida, explica sobre o perfil dessas pessoas e, segundo ele, no pico da pandemia, existiam pacientes de varias idades e de vários graus de comprometimento pulmonar, mas atualmente, com a diminuição dos casos da doença, vemos que a maioria são pacientes que não se vacinaram ou tomaram apenas uma dose da vacina.



"O profissional afirma que praticar atividade física ajuda na recuperação da doença" (Foto: arquivo pessoal)



“Os pacientes que também possuem comorbidades, como pressão arterial, problemas cardíacos, fumantes de longo período, idosos e sedentários temos tratado mais”, frisa.


O profissional afirma que praticar atividade física ajuda na recuperação da doença, pois esse público se recupera mais rápido tanto pós-intubação orotraqueal, quanto pós-tratamento com medicação, sem precisar de um tratamento invasivo.


“Percebemos que esses pacientes tem uma melhora mais rápida e gradual do que os outros”, diz o fisioterapeuta.


Segundo ele, um outro público que também costuma estar entre os pacientes que ficam com sequelas são os fumantes passivos que são os que trabalham com fogo a lenha ou cozinham com carvão, pois eles costumam ter o pulmão comprometido o que ocasiona uma piora mais rápida.


Por existir casos específicos de acordo com cada paciente, a avaliação fisioterapêutica respiratória faz com que seja possível obter vários parâmetros por meio de exames realizados por fisioterapeutas indicados.


Alguns desses exames como hemograma, tomografia, raio X e gasometria que consegue visualizar o nível de oxigênio no sangue e o de gases em geral diagnostica a necessidade do paciente.



(Foto: arquivo pessoal)



“Geralmente os pacientes que tem o comprometimento pulmonar é avaliado pela parte respiratória e após os resultados comparamos alguns sinais para concluir qual a necessidade da fisioterapia naquela pessoa”, cita.


Almeida revela que o tratamento para a Covid que mais tem sido utilizado é a “ventilação invasiva” que consiste em utilizar uma pressão positiva no pulmão do paciente fazendo com que que ele tenha uma oxigenação mais adequada e força muscular respiratória caso necessite.


O intensivista também informa que as pessoas que mais procuram um tratamento fisioterápico são as que estão com um comprometimento pulmonar acima de 50% ou com sequela motora (Fraqueza muscular) tendo dificuldades para realizar atividades de rotina.


“Pedimos para o paciente procurar um posto de saúde para ser medicado, mas caso ele estiver apresentando desconforto respiratório, respiração acelerada, falta de ar e cansaço extremo, ele deve procurar de imediato um fisioterapeuta para iniciar o tratamento”, alerta o fisioterapeuta.


Ventilação não invasiva


Como profissional da saúde atuando diretamente em pacientes com sequelas pós-covid, Thales ressalta que o tratamento da “ventilação não invasiva” tem ajudado muito no tratamento dos pacientes com quase 100% na melhora da oxigenação dessas pessoas.


“Conseguimos fazer o tratamento nos hospitais e ambientes domiciliar”, pontua.

O tratamento tem diminuído o cansaço e o esforço respiratório ajudando a melhorar esse período de fase inflamatória, é o que conta o intensivista.


“Geralmente os pacientes não duram mais de um mês de recuperação, mas depende da sequela. Após a fisioterapia pedimos para eles continuarem com exercícios físicos para sua melhora adequada no quadro de saúde”, esclarece.




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