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Conheça os benefícios das hortas caseiras, para a mente, corpo e meio ambiente

Engana-se quem pensa que somente nas atividades físicas há possibilidade de liberação substâncias que causam sensação de prazer e bem-estar, cuidar de plantas, acompanhar o desenvolvimento, manter a interação com elas também geram liberação de endorfina e serotonina.


Por: Grazy Maia

Foto: Grazy Maia

Na pandemia da Covid-19, muitas pessoas tiveram que mudar suas rotinas e seus hábitos, readaptar seus espaços em casa, para trabalhar, estudar e para buscar novas formas de entretenimento durante o distanciamento social. Enquanto a população mundial enfrentava o receio do contagio, muitas pessoas desenvolveram o hábito do cultivo de hortas caseiras, o que além de proporcionar uma alimentação mais saudável, serviu como passa tempo para muitos.


Você sabia que cuidar de uma horta, além de proporcionar inúmeros benefícios ao meio ambiente, como pela redução de agrotóxicos, evitando a contaminação do solo, proporcionando ainda a diminuição das ilhas de calor, causando melhora na qualidade do ar no entorno e tudo isso apenas cultivando hortaliças, ainda pode ser uma prática terapêutica? E por falar em qualidade do ar, um dado bastante interessante é que conforme a Universidade Estadual da Carolina do Norte, uma única árvore é capaz de reduzir a temperatura equivalente a 10 ares-condicionados.


Além de ajudar a ajudar a economizar nas compras, o cultivo de herbáceas (hortaliças) em casa, permite preparos mais saudáveis e entre as mais consumidas no Brasil estão, abóbora, alface, batata, batata-doce, cebola, cenoura, chuchu, pimentão, repolho, tomate.


A professora, Luzia Mônica ressaltou a comodidade de ter algumas mudas de temperos em casa, como cheiro verde, chicória, pimenteiras (de cheiro, malagueta e olho de peixe), entre outras.

Foto: Arquivo pessoal (Luzia Mônica)

Segundo o psicólogo, Wagner Costa, cuidar de uma planta nos ajuda a manter a saúde mental e a treinar os próprios pensamentos.

“Hoje nós sabemos que cuidar de uma planta, de uma pequena horta nós ajuda a manter a saúde mental porque ao ter contato com a natureza nós conseguimos melhorar os nossos próprios pensamentos pois passamos a observar como é que a natureza se organiza e passamos também a perceber a própria vida”, ressaltou.

Ao contrário dos alimentos processados e industrializados e pobres em valores nutritivos, as hortas orgânicas proporcionam uma alimentação mais saudável, além de contribuir para um ambiente agradável. E que servem até como decoração para os espaços, sejam eles grandes ou pequenos, e a criatividade conta e muito nessas horas.


Em Boa Vista, alguns anos atrás, um casal resolveu se livrar do problema de morar ao lado de um terreno baldio. Max Schmoller e Jasmine Esther venderam um terreno no bairro Cinturão Verde (terreno ficava ao lado de onde eles residiam) e o novo proprietário não investiu nenhum projeto. Com o passar do tempo, o mato cresceu, tornando-se perigoso por vários motivos, fazendo com que o casal tomasse a atitude em criar uma horta no local, e fizeram um grande sucesso, essa ideia tornou-se pauta de inúmeras reportagens e eles passaram a ajudar outras pessoas que se interessaram em fazer uma pequena horta em casa. A inspiração veio após visitarem familiares no Paraná e notarem que era comum terrenos anteriormente sem utilização tornarem-se cenários ideais para pequenas plantações.


Foto: Arquivo pessoal (Max Schmoller)

Max confessou que não imaginava que a ideia fosse dar tão certo e nem que acabaria por incentivar amigos, familiares e até desconhecidos a fazerem o mesmo.

“Iniciamos um pequeno canteiro em casa, após um ano resolvemos ampliar para o outro terreno pois o novo proprietário não apareceu mais e não cuidava do lugar, juntando matos e tornando-se perigoso por conta de bichos e propiciando doenças. Então montamos a horta, e deu tão certo que várias pessoas se sentiram incentivadas a fazerem o mesmo”, confessou.

Foto: Arquivo pessoal (Max Schmoller)

Surpreso com o sucesso da horta, Schmoller relatou que mesmo aqueles que não dispunham de muito espaço se sentiram motivados a aderir pequenas mudas, passando a cultivar temperos orgânicos, para serem utilizadas durante o preparo das refeições.


Segundo o técnico em edificações e agrimensura e estudante de agronomia, Josenildo Alves, a prática do cultivo caseiro acaba virando um hobby, servido como terapia e motivando as pessoas do convívio. O técnico ressalta ainda a segurança que a pessoa que mantém uma horta caseira tem em saber que está consumindo algo sem agrotóxico.

“Hoje o que prevalece é a alimentação saudável. O benefício é que a pessoa que produz sabe o que está produzindo e que o produto dela não tem nenhum tipo de agrotóxico”, disse.

Ressaltou ainda que as pessoas dizem não ter espaço e nem tempo, mas que é possível montar uma horta ocupando pouco espaço e com pouco tempo pode-se cuidar do pequeno plantio.


Além disso, a prática não ser tão difícil e a quantidade mínima de sementes plantadas geram frutos suficientes para uma família, o que minimiza o desperdício, pois a pessoa só irá colher o que vai ser consumido. Um pé de alface, por exemplo leva de 30 a 35 dias para estar pronto ser consumido.

“Já que ele produz, não precisa produzir muito. Para uma família, dez pés de alface já é o suficiente. Um pacotinho daquele de sementes que vendem em supermercado dá o ano todinho, pois a medida que ele vai arrancando as folhas, as demais vão crescendo”, explanou.

Em decorrente da Covid-19, a Organização Mundial de Saúde – OMS declarou situação e emergência e aconselhou o isolamento social. Muitas pessoas tiveram que ficar isoladas em suas casas, afastadas inclusive de familiares, o que acabou fazendo com que desenvolvessem novos passatempos como cultivar plantas em casa, conforme ressaltou o psicólogo.

“Durante o período de pandemia, o isolamento social nos permitiu fazer uma reflexão sobre o quão é necessário para todos nós a interação com o outro e uma planta, ela nos ajuda a ter esse contato com outro ser vivo e também nos ajuda a perceber a necessidade que todos nós temos do cuidado”, afirmou.

Luzia Mônica faz parte desse grupo de pessoas que durante a pandemia permaneceu em isolamento social e passou o tempo cuidando das plantinhas. E além de cultivar frutíferas, como jabuticaba, carambola, cupuaçu, mamão, graviola, goiaba, entre outras, e hortaliças como o cheiro verde que é um dos condimentos mais apreciado pelos brasileiros, tomate e pimentas, gosta de semear plantas medicinais. Confidencia que se alguém adoece por motivos intestinais, ela serve chá de boldo, além de servir chá de capim santo durante os lanches em família, para dar um tempo do velho cafezinho, assim como faz suco de limão paras as refeições e muitas das espécies foram plantadas em jarros para facilitar a mudança de lugar, conforme vai reorganizando a posição das mesmas.

Foto: Arquivo pessoal (Luzia Mônica)


O psicólogo sugere ainda que as pessoas busquem ter mais contato com a natureza.

“Se você pode ter uma pequena horta na sua casa isso é uma forma de cuidar da sua saúde mental, porque a energia da terra, a energia das plantas vai fazer com que você olhe para os outros seres também vivos, como os animais, as outras pessoas, como fazendo parte de algo maior nas nossas vidas”, explicou.

E pontua algumas mudanças emocionais que o cuidado com as plantas causam nas pessoas.

“Hoje, psicologicamente falando, é fundamental que se tenha contato com a natureza e esse cuidado com as plantas vai nos ajudar a perceber a delicadeza da vida e o quão importante é, pequenos cuidados que nos ajudam a manter nosso equilíbrio e também dos outros.” alertou

Além dos benefícios que as hortas caseiras geram no que diz respeito a saúde das pessoas e no quesito econômico, a prática ainda proporciona ao meio ambiente.


A engenheira agrônoma, e mestranda em manejo do solo e da água, Taline Nunes, informou a importância de manter o solo coberto, evitando o acesso da insolação, e que as hortas caseiras ajudam bastante a proteger o solo. Alerta ainda sobre não haver a necessidade do uso de defensivos, com o intuito de eliminar as ervas daninha que surgem entre as hortas, pois apenas com o arranque manual é capaz de fazer essa manutenção. Caso contrário, além de contaminar o solo, o indivíduo estará se contaminando, principalmente por ter contato direto.

"Isso vai agredir a sua saúde e a do seu vizinho, pois quando você aplica o defensivo ele é espalhado pelo vento e pode contaminar não só a você, mas o vizinho também", explanou.

O profissional que também é coaching, recomenda que as pessoas tenham hortas em casa. Confira a entrevista completa:


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