Comunidade indigena é destino para turistas e acadêmicos.
Por: Emily Soares
Comunidade Indigena Raposa Serra do Sol
foto: Emily Soares
A comunidade indigena da Raposa Serra do Sol I, é uma das poucas do território brasileiro que tem o reconhecimento de etnoturismo. Com autorização desde 2020, o local é utilizado para visitações com imersões turísticas tanto de brasileiros quanto estrangeiros.
Localizada a 241 km da capital roraimense, a comunidade está no município de Normandia, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS). No extremo norte do país, a reserva também está entre as quatros comunidades selecionadas pelo o Ministério do Turismo para o projeto “Experiências do Brasil Original” que busca o desenvolvimento de Experiências Turísticas Memoráveis em Territórios de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil.
A reserva indigena, tem como atrativo além das belezas naturais dos lagos e cachoeiras, o festival das panelas de barro e a cultura.
ANNA KOMANTO ESERU
Panelas de barros da Comunidade Indigena Raposa Serra do Sol I
foto: Emily Soares
Criado em 2012, o festival conhecido pelas panelas de barro significa em Macuxi “Nosso modo de Viver”. Sendo assim, todos que participam têm a oportunidade de saber mais sobre a comunidade indigena.
Enoque Raposo, indígena nascido na Raposa Serra do Sol, formado pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) em secretariado-executivo e especialista em etnoturismo (EUA), conta que o festival tem um propósito de trabalhar a questão cultural.
“O festival nasceu para trazer para perto a cultura milenar dos povos da nossa região. O conhecimento deixado pelos nossos avós para que pudéssemos também estar passando para as nossas gerações e as futuras” diz Enoque.
Com isso, durante o festejo a comunidade proporciona uma programação enriquecedora de três dias nos meses de novembro. No evento há exposição dos artesanatos, das panelas, pintura corporal, competições de arco e flecha, oficinas e palestras sobre a arte e cultura milenar.
Durante a noite é apresentado a famosa lenda do Canaimé aos viajantes e dentre outras atividades realizadas que acentuam a experiência com os povos originários.
O festival está em sua 9° edição e segue crescendo, como conta Enoque Raposo.
“O evento atrai turistas porque é nessa concepção da visão do mundo passada através de uma festividade e a cada ano isso tem crescido devido as redes socias” finaliza Enoque.
A experiência enriquecedora e autêntica, é a base para o etnoturismo, com isso, a comunidade possui um roteiro turístico não somente durante ao festival, mas também ao longo do ano.
RAPOSA SERRA DO SOL I RECEBE VISITA DE ACADÊMICOS DE JORNALISMO
Neste último final de semana (18) de novembro, a reserva indigena recebeu a turma de estudantes de Jornalismo da Universidade Federal de Roraima. O encontro se deu a partir da disciplina de jornalismo comunitário.
Durante a visita a turma de jornalismo vivenciou um pouco da experiência da programação que acontece durante o festival “Anna Komanto Eseru”.
A discente, Beatriz Evangelista, teve sua primeira experiência na comunidade indigena, ela conta que a hístoria local, exposições das panelas de barro, as oficinas de artesanato e arco e flecha trouxe novas concepções culturais.
“Foi muito proveitoso, tivemos uma imersão cultural que atendeu todas as minhas expectativas. Com certeza essa experiência serviu para abrir horizontes sobre a cultura ", comenta a discente. Flechas expostas durante a oficina
Foto: Emily Soares
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