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Roraimenses celebram 31 anos do Estado caminhando em defesa da Amazônia

Por Fábio Almeida “Águas do meu viver. Águas do Bem Querer” entoaram as vozes de 150 pessoas em defesa da Amazônia e do Bem Querer. Realizado no dia 05/10, o evento reuniu representantes de organizações da sociedade e da igreja católica que caminharam 7 km na vicinal que leva o nome das corredeiras. Um total de 5 ônibus deslocaram-se de Boa Vista para Vicinal Bem Querer no município de Caracaraí, localizada a 121 km. Os participantes enfrentaram um sol escaldante em defesa de um projeto de desenvolvimento sustentável, defendendo a promoção de modelos de exploração econômica que não repita os erros cometidos em outras regiões brasileiras. A agressão ambiental e social que surgirá de uma possível construção de uma hidrelétrica nas corredeiras do Bem Querer, consistiram na principal denúncia durante o evento realizado. Para os organizadores do evento as possibilidades da exploração de energia eólica e solar são efetivas. Para Ciro Campos, do movimento Puraké , “precisamos desenvolver um modelo energético que permita a manutenção da atual qualidade de vida existente em Roraima. O sol e o vento nos permitem construir modelos ambientalmente sustentáveis que permitirão a geração não apenas de energia, mas também de empregos”. Sínodo da Amazônia A convocatória do Papa Francisco no ano de 2017 permite a comunidade católica debater sobre a Amazônia. Iniciado no último dia 06/10/2019, o encontro de bispos de todo o mundo possui o objetivo de pensar a igreja dentro da Amazônia, além de formular com apoio de especialistas uma proposta orientativa aos seus fiéis de desenvolvimento sustentável da região. Segundo o documento orientador é essencial reconhecer as lutas e resistências dos povos da Amazônia, conviver e defender o modo de ser dos povos amazônicos, seu bioma e seus povos. O texto foi idealizado a partir de encontros locais que permitiram ampla participação das vozes da Amazônia na construção do texto base elaborado aos debates a serem realizados em Roma, na Itália. Para Danilo Beserra, Coordenador das pastorais sociais da Igreja Católica, a caminhada do dia 05/10 além de posicionar-se contra a construção da hidrelétrica no Bem Querer teve como objetivo declarar o apoio da igreja em Roraima a realização do Sínodo, “pensar a Amazônia, sua forma de desenvolvimento humano e econômico e a forma como a igreja deve se organizar é importantíssimo para todos”. Representantes católicos de 5 municípios (Rorainópolis, Iracema, Mucajaí, Caracaraí e Boa Vista) participaram do evento. A juventude e a Amazônia Os jovens cada vez mais assumem um papel importante no debate político sobre as condições ambientais impostas ao ser humano. O modelo de desenvolvimento agressor do meio ambiente é questionado nos diversos fóruns mundiais, buscando a voz ecológica e a defesa da vida na Amazônia, sob um novo prisma. Em Roraima os jovens também pautam a necessidade de diálogo para construirmos um modelo de desenvolvimento que priorize o ser humano é o que falaram os jovens Milena Moreira e Leonardo Figueiredo. O MST e a caminhada em defesa da Amazônia O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra surge hoje como os maiores defensores de uma agricultura com baixo impacto ambiental. Tornaram-se o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. No estado de Roraima a luta pelo acesso à terra é uma dura realidade dos trabalhadores, muitos possuem na terra o único meio de subsistência. Gera, membro da coordenação geral do MST e a acampada Fátima Soares falam sobre o papel no MST na luta em defesa da Amazônia. Índia Warao caminha em defesa da Amazônia Fiorela Ramos, indígena Warao participou da caminhada ecológica. A defesa da Amazônia ultrapassa fronteiras e sonhos. Os índios Warao ocupam o nordeste da República Bolivariana da Venezuela. O “povo do barco” - significado do nome da etnia - integra milhares de pessoas que saíram da Venezuela em virtude da crise política e econômica que o país enfrenta. Em Roraima os Warao se integraram na luta em defesa de seus direitos e da Amazônia como um bem de todos. Após quase 3 horas de caminhada chegou-se ao destino final, as margens das corredeira do Bem Querer. O cansaço, a alegria, o compromisso com a construção de um outro modelo de desenvolvimento que permeie o respeito ao ser humano e ao meio ambiente sustentaram as vozes que ecoaram sobre do rio Branco. Roraima em seu aniversário, de 31 anos, possibilitou que roraimenses de várias idades pudessem dizer claramente aos gestores públicos. "Precisamos construir outros caminhos que permitam compromisso com a justiça, o direito e as liberdades aos povos da Amazônia respeitando o meio ambiente e a qualidade de vida do nosso povo", afirmou Danilo Beserra em sua fala final.

Roraimenses celebram 31 anos do Estado caminhando em defesa da Amazônia
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