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EQUILÍBRIO PARA A SUA PELE

Tudo o que você precisa saber para ter um skincare routine que prioriza sua saúde e segurança Por Liana Silva e Matheus Moraes Um breve histórico da vaidade humana Há milhares de anos os cosméticos têm sido uma parte importante da vida humana. Ao longo desse período diversos aspectos relacionados a estes produtos da vaidade humana foram alterados e adaptados. Há registros de que a rainha Cleópatra, no Egito antigo, usava variados tipos de ingredientes para cuidar da sua pele e manter uma aparência jovial. Alguns desses tratamentos eram muito elaborados e incluíam componentes exóticos, enquanto outros utilizaram componentes comuns como leite, mel, flores, aveia, azeite e extrato da folha de aloe vera. Outras civilizações como os indianos, romanos, gregos, japoneses e chineses também usavam produtos naturais por conta de suas propriedades anti sépticas, terapêuticas e médicas. É possível dizer que esse foi um período experimental da química cosmética. Os elementos eram utilizados de forma intuitiva e deliberadamente, sem haver muita certeza de quais seriam os resultados. No entanto, aproximadamente a partir do século XIX, existem registros dos primeiros experimentos que alcançaram a síntese química que permitiu o surgimento das fórmulas que simulam as propriedades presentes nas plantas e ingredientes utilizados nos primórdios. A indústria cosmética e impactos ambientais Após a Revolução Industrial surgiu a produção em grande escala de vários produtos, incluindo cosméticos para cuidado da pele. De acordo com a demanda, muitos desses produtos começaram a ser alterados quimicamente e misturados com conservantes, corantes e outras substâncias químicas, ficando cada vez menos “naturais” até chegar ao ponto de os componentes naturais serem responsáveis por menos da metade da composição dos produtos. O mercado cosmético se tornou um gigante da economia. Esfoliantes, hidratantes, máscaras faciais, óleos e maquiagens são responsáveis por grande parte da movimentação de capital e a tendência é ela crescer ainda mais nos próximos anos. Porém esse mercado não é apenas responsável por movimentar a economia, a indústria de cosméticos é uma das maiores responsáveis pelo uso de componentes altamente poluentes, como por exemplo a enorme quantidade de plástico usada em embalagens e até mesmo na composição de alguns produtos, que é o caso dos esfoliantes. Cuidados Caseiros Há um tempo é possível notar que a discussão de maneiras alternativas de tratamentos com a pele tem ganhado espaço. Considerando as consequências negativas causadas pela grande indústria de produtos estéticos, a quantidade de pessoas aderindo à práticas caseiras de cuidados com a pele para fugir dessas consequências tem aumentado. Com apenas um clique, tornam-se acessíveis conteúdos que ensinam fórmulas de tratamento com diversas finalidades, muitas vezes utilizando ingredientes encontrados na cozinha de casa. Café, açafrão, açúcar mascavo, entre muitos outros, são alguns dos mais queridos componentes das receitas encontradas online. Máscaras faciais, sabonetes, loções hidratantes e esfoliantes são alguns dos produtos que vem sendo confeccionados cada vez mais para uso pessoal e até mesmo para serem vendidos em pequenos negócios, tendo em vista que a procura por produtos orgânicos cresce a cada dia. Cosméticos naturais são considerados menos agressivos a pele e diminuem a chance de alergias ou irritações, além de não serem testados em animais. No entanto é importante reforçar que apesar de não levarem certos corantes, conservantes, entre outros ingredientes agressivos, estes produtos naturais, muitas vezes fabricados em casa, não são cem por cento seguros ou eficazes. Bárbara Victoria Barbosa, estudante de química na Universidade Federal de Roraima faz um alerta: "A utilização de produtos caseiros apresenta vantagens e desvantagens (...) as desvantagens são a menor duração do produto em relação ao de origem sintética, possível falta de conhecimento sobre as reações envolvidas na fabricação do produto e consequentemente falta de estudo sobre os efeitos do produto a curto, médio e longo prazo. Segurança e Equilíbrio Não adianta pintar todos os cosméticos industrializados como vilões. "Todo produto pode trazer um risco para o usuário, os cosméticos não são diferentes", diz Bárbara. Para aqueles que desejam ter certeza que os cremes e sabonetes que estão usando em sua pele não vão causar transtornos como acne e alergias há o site COSDNA( www.cosdna.com/ ), que permite uma pesquisa detalhada da composição dos produtos. Esse site classifica os ingredientes dos cosméticos presentes em seu banco de dados de acordo com sua porcentagem de risco, assim como explica qual a finalidade de cada ingrediente na composição do produto pesquisado. Bárbara explica que "a utilização de materiais sintéticos em si não é o maior problema, mas sim, o uso excessivo de estabilizantes, conservantes e perfumes que passam a ser absorvidos, mesmo que em pouca quantidade, pelo nosso organismo e a longo prazo podem gerar efeitos indesejados. Os perfumes, por exemplo, são geralmente derivados de petróleo e possuem um baixo peso molecular facilitando a penetração na pele e podendo causar problemas dermatológicos ou respiratórios." Criar uma rotina de cuidados baseados nos ingredientes que possuímos em casa ou são comprados na feira pode, sim, ser uma ótima opção, desde que haja um entendimento das substâncias que estão sendo manuseadas, e seja feita uma extensa pesquisa para se certificar que tudo está sendo feito com segurança. O mesmo serve para quando se pretende comprar cosméticos industrializados ou de pequenos empresários que priorizem fórmulas veganas e orgânicas, é importante conferir a procedência de cada ingrediente e maneira que são preparados. "Sabe-se que a fabricação de produtos, principalmente alimentares e cosméticos passam por análises rigorosas, devem seguir a legislação vigente para o produto, apresentando, por fim, um alto nível de confiabilidade", alerta Bárbara.

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