Eleições Municipais 2024: Especialistas avaliam pré-candidatura de Catarina Guerra à Prefeitura de Boa Vista
No início do ano a Deputada Estadual Catarina Guerra, do União Brasil, oficializou sua pré-candidatura à prefeitura de Boa Vista. Por Francisneide Carvalho, Luis Gustavo Benevides, Alcineia Cavalcante e Juliana Mourão* No mês de março de 2024, a deputada estadual Catarina Guerra do partido União Brasil , oficializou sua pré-candidatura à prefeitura de Boa Vista e deu o “tiro” de largada para a campanha eleitoral, que tem repercutido no cenário político roraimense. Uma das questões que cercam essa candidatura, é se Catarina trocará de partido e se filiará ao partido Republicanos ou Progressistas . A questão foi levantada após o Deputado Federal Nicolleti líder do União Brasil em Roraima, anunciar que também vai disputar o cargo pelo partido. Caso Catarina se filie a outro partido, perde o seu mandato dentro do poder legislativo, que conquistou com 6.939 votos. Apoios à candidatura Quem acompanha com frequência os perfis nas redes sociais oficiais de autoridades e figuras políticas importantes de Roraima, tem se deparado nos últimos dias com publicações intituladas “Eu & Ela”. As publicações fazem parte do projeto criado para alavancar a pré-campanha de Catarina Guerra. O Governador Antonio Denarium (Progressistas) ; o Senador Mecias de Jesus – atual presidente do Republicanos em Roraima; o Senador e presidente estadual do Progressistas , Hiran Gonçalves; e, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Deputado Soldado Sampaio (Republicanos) são alguns dos aliados de Catarina neste início de rota. Companheiros de bancada parlamentar, entre eles o deputado estadual Jorge Everton (União Brasil) , também declaram apoio à pré-candidata. Avaliação de especialistas Esse conflito dentro do seu próprio partido que Catarina Guerra vem enfrentando, é um processo “normal” das eleições de acordo com o professor de Ciências Políticas da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Roberto Ramos . “O cargo em questão oferece visibilidade para quem for eleito. Considerando que 60% do eleitorado do Estado está concentrado em Boa Vista. Por isso, Catarina, primeiro vai disputar com os membros do próprio partido, para depois, concorrer com outros partidos” - Roberto Ramos. Outro especialista que comentou sobre a pré-candidatura de Catarina, foi o sociólogo Paulo Racoski . “A candidatura da deputada é uma candidatura viável. Ela quebra um pouco os protocolos tradicionais, considerando o universo masculino e o poder hegemônico patriarcal de Roraima. Mas, está tendo uma ressonância positiva, já que muitos homens do poder apoiam a sua candidatura. Isso gera um contragosto em camadas políticas, econômicas, empresariais e poderes já vigentes”. Ainda segundo Racoski , a possível eleição de Guerra poderia inclinar Boa Vista para a centro-direita, em contraste com a gestão atual. Outro interesse político evidente na candidatura de Catarina, segundo Roberto Ramos , é a tentativa de domínio das duas máquinas públicas no Estado: Governo Estadual e Prefeitura. “Vai haver um esforço principalmente da parte do Governador de tentar ter o controle dessas duas ‘máquinas’. Já que ele a tem apoiado. Mas ele tem um desafio, que é o histórico da nossa cidade. Nos últimos anos, os eleitores boavistenses não têm dado vitória para um grupo dominar as duas máquinas. Geralmente um grupo que controla a prefeitura, não controla o governo e vice-versa”, destaca o cientista político. Perfil Catarina Guerra, 36 anos, foi reeleita para o segundo mandato consecutivo como deputada estadual, com 6.939 votos, pelo partido União Brasil . Em 2018 a parlamentar foi eleita pela primeira vez com 4.897 votos pelo partido Solidariedade . Roraimense, Catarina é advogada, casada e mãe de duas filhas. Filha de Chico Guerra, ex-deputado estadual constituinte e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, a deputada busca melhorar a Educação e a Saúde em Roraima. A parlamentar presidiu a Escola do Legislativo de Roraima durante o primeiro mandato. Foi a terceira-secretária da Mesa Diretora (biênio 2021-2022); presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final; ocupou a função de vice-presidente da Comissão de Ética Parlamentar; e, foi eleita vice-presidente de Assuntos Sociais da Secretaria de Cuidado e Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais . * Grupo 3. Conteúdo experimental produzido no escopo da disciplina JOR53 – Jornalismo Especializado I.