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Dia Nacional da Conservação do Solo é uma oportunidade para reflexão dos cuidados a serem tomados

Brasil perde 35% do solo por degradação e Roraima é um dos estados mais afetados. Por: Grazy Maia Solo - é aqui que a vida começa.Foto: Grazy Maia. Dia 15 do mês de abril é comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo. Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da preservação do solo para a saúde do planeta a data alusiva propõe sem dúvidas uma reflexão sobre a conservação dos solos e a necessidade da utilização adequada desse recurso natural. O solo é um dos recursos naturais mais importantes do mundo, desempenhando papel essencial em processos que vão desde a produção de alimentos até a regulação do clima. No entanto, o solo é muitas vezes negligenciado e pode ser degradado por práticas agrícolas insustentáveis, desmatamento, atividades de mineração e outros fatores. Portanto, esta data busca educar as pessoas sobre a importância do solo e incentivar a adoção de práticas sustentáveis ​​para sua preservação. Durante este dia, são realizadas várias atividades em todo o país, como debates, seminários, palestras e atividades práticas para promover a conservação do solo. Em uma época de tantos impactos ambientais no norte do país causados por desmatamento associados às queimadas e ao garimpo ilegal, o debate sobre a importância da preservação e conservação do solo tem se tornado uma questão de sobrevivência humana, transformando a conservação do solo em uma preocupação importante em todo o mundo, incluindo Roraima. Por isso práticas alternativas de manejo tem sido uma recomendação de especialistas visando a conservação do solo e a manutenção da existência humana, garantindo uma melhor qualidade de vida para gerações atuais e futuras. Roraima é o estado mais setentrional do Brasil e sua vegetação é composta principalmente por florestas tropicais e cerrados. Apresenta Latossolos e Argissolos como solos dominantes, de baixa fertilidade natural, suscetíveis à erosão ( causa a perda de fertilidade, a degradação, podendo levar a desertificação ) e à compactação. A preservação do solo no estado é essencial para garantir a sustentabilidade das atividades econômicas, como a agricultura e a pecuária, e para a manutenção da biodiversidade, pois a degradação pode levar à perda de produtividade agrícola, à desertificação e à erosão. Sendo assim, a degradação do solo pode levar a um declínio na qualidade de vida da população, incluindo a perda de alimentos e recursos naturais. Para preservar o solo em Roraima, é importante adotar técnicas de conservação do solo, como a rotação de culturas, o plantio direto, adubação verde, o controle da erosão e o uso de técnicas de manejo que aumentam a fertilidade do solo. Além disso, é fundamental que as políticas públicas incentivem a conservação e preservação do solo, por meio de programas de incentivo à adoção de práticas sustentáveis, como o Manejo Integrado de Bacias Hidrográficas. A preservação do solo em Roraima também contribui para a mitigação das mudanças climáticas, uma vez que o solo saudável é capaz de armazenar carbono e reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Em resumo, a preservação do solo em Roraima é essencial para garantir a sustentabilidade das atividades econômicas, a manutenção da biodiversidade e a qualidade de vida da população, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. A adoção de boas práticas de conservação do solo é fundamental para garantir sua preservação para as gerações futuras. Com um clima tropical úmido, uma estação seca e uma estação chuvosa bem definidas, grande parte do estado é coberto por floresta tropical. A agricultura é uma atividade importante em Roraima, com destaque para o cultivo de arroz, soja e milho. No entanto, a agricultura intensiva pode causar erosão do solo e comprometer sua fertilidade. Portanto, é essencial que os agricultores adotem práticas de conservação do solo para minimizar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade da atividade agrícola. Entre as práticas de conservação adotadas, destacam-se a rotação de culturas. Foto: Grazy Maia.

Entre as práticas de conservação do solo adotadas em Roraima, destacam-se a rotação de culturas, o plantio direto e o uso de técnicas de terraceamento. Além disso, o governo estadual tem implementado programas de incentivo à adoção de práticas sustentáveis na agricultura, como o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e a implantação de sistemas agroflorestais. A conservação ambiental é essencial para a sobrevivência da vida na Terra. As ações humanas têm um impacto significativo no meio ambiente, incluindo a degradação do solo, a poluição do ar e da água, a mudança climática e a perda de biodiversidade. A conservação ambiental é uma forma de garantir que as gerações futuras possam desfrutar de um mundo saudável e sustentável. Dia da Conservação Ambiental No Dia da Conservação Ambiental, é importante destacar as ações que podem ser tomadas para preservar o meio ambiente. Isso inclui a adoção de práticas sustentáveis em nossas vidas diárias, como a reciclagem, a redução do consumo de energia e a conservação do solo. Além disso, é fundamental que as autoridades governamentais adotem políticas ambientais que incentivem a preservação do meio ambiente. Em Roraima, a conservação do solo é um tema especialmente importante, por ser um recurso natural vital para a produção de alimentos e para a sustentabilidade das atividades humanas. A adoção de práticas de conservação do solo, como a rotação de culturas, o plantio direto e o uso de técnicas de conservação do solo é, essencial para garantir a sua preservação. Vale ressaltar que a preservação do solo é uma tarefa contínua, e que a adoção de práticas sustentáveis pode trazer benefícios a longo prazo para o meio ambiente e para a sociedade. O Analista Ambiental, Rogério Martins ressalta que a conservação é muito importante em todo processo, no aspecto ambiental e agronômico feito no solo. “É muito importante a gente preservar, e isso pode ser feito evitando as queimadas e o desmatamento, pois prejudicam o solo do qual temos muitos microrganismos que precisam estar no solo para fazerem todo o trabalho necessário para o plantio, seja ele de soja, milho”, destacou. O analista pontuou ainda que, “As próprias matas nativas têm muita umidade no solo, ou seja, muita água e isso para as plantas de modo geral é fundamental e a importância disso é que o solo é uma fonte para a produção de alimentos, seja de grãos ou da própria pecuária, por isso temos que tomar muito cuidado pois o solo precisa ser preservado, tendo os cuidados necessários, para que se tenha uma adequação, uma boa produção e assim uma alimentação saudável, de qualidade e mais do que nunca, em grande quantidade”, destacou Martins. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 35% do território brasileiro apresenta algum tipo de problema relacionado à degradação do solo, como erosão, compactação, desertificação, salinização, entre outros. Já em relação ao estado de Roraima, dados da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental e Turismo (SEMATUR) indicam que a cobertura vegetal nativa do estado apresenta uma redução de cerca de 50% em relação à cobertura original. Esse dado é preocupante, uma vez que a vegetação é fundamental para a manutenção da qualidade do solo. Plano Nacional de Conservação De acordo com o Plano Nacional de Conservação do Solo, a conservação do solo no Brasil deve ser feita por meio de práticas como o uso de sistemas de rotação de culturas, plantio direto, adubação verde, controle da erosão, entre outras. Essas práticas visam manter a cobertura vegetal e a biodiversidade, além de promover a infiltração de água no solo e a retenção de nutrientes. O Governo Estadual de Roraima vem desenvolvendo políticas públicas voltadas para a conservação do solo, como a implantação do programa "Produtor de Água", criado pela Agência Nacional de Água – (ANA) em 2001, que incentiva a recuperação de áreas degradadas e a preservação de nascentes e cursos d'água. Além disso, no âmbito municipal a Sematur realiza ações de fiscalização para coibir a prática de atividades que possam prejudicar o solo, como a mineração ilegal e o desmatamento irregular e no âmbito estadual, esse trabalho é feito pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A Femarh coordena ainda o programa Qualiágua , que tem como objetivo monitorar mais de 23 pontos de qualidade de água, desta forma vistoria as águas superficiais no estado e em 2022 firmou parceria com a Secretaria Estadual do Índio - SEI e comunidades indígenas do estado, para a execução conjunta do programa Roraima Verde, que visa a implantação do sistema conhecido como ILPF (Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta), unindo o desenvolvimento em uma mesma área, visando suprir as necessidades dos povos indígenas, uma vez que a integração lavoura-pecuária-floresta eleva a produtividade e amplia o uso da terra em uma mesma área, otimizando o uso dos insumos, diversificando a produção e gerando mais renda. FOTO: Grazy Maia De acordo com o Engenheiro Florestal, Adriano Calixto Sobreira e coordenador do programa, “Esse sistema agrega valor, traz menor pressão sob o ambiente natural já que as comunidades têm a prática da agricultura de subsistência, diminuindo o uso do fogo, já que eles precisam fazer essa reforma da pastagem nativa através dessa prática, conseguindo a partir de agora ter acesso a pastagem cultivada por meio desse sistema de integração”. É importante ressaltar que a conservação do solo é fundamental para garantir a produção de alimentos e a manutenção da biodiversidade, além de ser essencial para a manutenção de ecossistemas saudáveis e equilibrados. Por isso, é importante que o poder público, a sociedade civil e os produtores rurais atuem de forma conjunta na promoção de práticas que visem a conservação do solo em todo o país, especialmente em estados como Roraima, onde a degradação do solo tem apresentado um quadro preocupante. A mineração é uma atividade econômica importante em Roraima, tem tido impactos significativos no meio ambiente, incluindo a poluição do solo. É importante adotar boas práticas ambientais para minimizar esses impactos, a recuperação de áreas mineradas e a redução do uso de produtos químicos tóxicos. Além disso, é fundamental que as empresas mineradoras operem de acordo com as leis ambientais e que sejam responsáveis pela reparação dos danos causados ao meio ambiente. De acordo com o Professor Doutor José Frutuoso do Vale Júnior, titular do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola do curso de Agronomia de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Roraima – UFRR, dependendo do uso e da conservação, o solo pode ser renovável ou não, pois leva tempo para se desenvolver e evoluir. “Roraima contém solos dos mais jovens aos mais desenvolvidos na paisagem, então em pouco tempo de má conservação e de manejo inadequado do solo em poucos anos esse solo pode ser degradado completamente, porém recuperação pode levar décadas, isso se for submetido ao manejo adequado respeitando a aptidão do solo dependendo de suas características”, alertou. Outra forma de evitar a poluição do solo é através da adoção de técnicas de conservação do solo. Essas técnicas incluem a rotação de culturas, o plantio direto e o uso de técnicas de manejo do solo que reduzem a erosão e aumentam a fertilidade do solo. Queimadas Somente no primeiro trimestre de 2023 foram registrados quase 600 incêndios florestais em Roraima e esse número tem aumentado diariamente no auge do "verão roraimense". Ainda de acordo com o pesquisador, a utilização do fogo pode afetar drasticamente o solo em questão. “Quando temos um intenso uso, e principalmente com a intensidade do uso de fogo, como é o caso de algumas regiões que praticam com frequência o fogo como prática de limpeza das áreas para plantio e pastagem, esse fogo acelera o processo de degradação pois prejudica as características superficiais do solo, especialmente na perda da matéria orgânica, pela mineralização da matéria organiza e isso afetará os primeiros centímetros do solo e a atividade biológica”, ressaltou José Frutuoso. Cuidados no dia-a-dia No Brasil, a conservação do solo é regulada principalmente pelo Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, que estabelece as regras para a proteção da vegetação nativa em todo o território nacional. O Código Florestal prevê a necessidade de manter áreas de preservação permanente (APPs) e reservas legais, que são áreas destinadas à proteção da biodiversidade e da conservação do solo, respectivamente. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente também publicou uma série de resoluções e normas técnicas que visam orientar a gestão ambiental em diferentes setores, incluindo a agricultura e a pecuária. Essas normas incluem diretrizes para a conservação do solo, como a necessidade de monitoramento da qualidade do solo e a adoção de práticas de conservação, como o plantio direto e o terraceamento. No caso específico de Roraima, existem ainda outras leis e regulamentos estaduais que podem impactar a conservação do solo, como a Lei nº 737/2003, que institui o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e a Lei nº 1.239/2008, que dispõe sobre a regularização ambiental de propriedades rurais no estado. No entanto, é importante destacar que a efetiva aplicação dessas leis e normas pode variar de acordo com a fiscalização e o cumprimento por parte dos proprietários rurais e demais envolvidos na gestão ambiental do estado. A conservação do solo é uma preocupação cada vez mais presente na sociedade, uma vez que o solo é um recurso natural fundamental para a produção de alimentos e a manutenção da biodiversidade. Nesse contexto, adotar práticas diárias que ajudem a preservar o solo é essencial para garantir sua sustentabilidade e a existência de gerações futuras. Para isso, é importante que a população esteja consciente de suas responsabilidades e do papel que cada um pode desempenhar na conservação do solo. Além de ações mais estruturais, como políticas públicas voltadas à educação ambiental em todos os níveis de ensino e para a população como um todo, para a preservação do solo e é fundamental que os indivíduos adotem práticas diárias que contribuam para a sua conservação. Uma das principais ações que podem ser realizadas no dia a dia é a redução do uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, que podem prejudicar a qualidade do solo e sua biodiversidade. Optar por métodos naturais de controle de pragas e doenças em plantas é uma alternativa mais sustentável. O analista ambiental, reforça que a utilização de pesticidas deve ser feita de forma cautelosa. “É importante salientar que existem vários tipos de venenos para matar os matos e a quantidade utilizada, pois o veneno em excesso pode contaminar o solo, fragilizando e reduzindo a fertilidade do solo, matando os microrganismos, é importante tomar cuidado na hora de fazer o lançamento desse veneno, com a quantidade e a concentração desse veneno para atingir apenas os matos e não encharcar o solo e causar todo esse problema de fragilidade e contaminação do solo”, frisou. A compostagem é outra prática que ajuda a conservar o solo. Ao compostar os restos de alimentos e de jardim, é possível criar um adubo orgânico rico em nutrientes para o solo, além de reduzir a quantidade de resíduos orgânicos que vão para os aterros sanitários. A coleta seletiva também é uma forma de preservar o solo, pois separar os resíduos recicláveis do lixo comum ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai para os aterros e diminuir a contaminação do solo por materiais poluentes. Economizar água é outra prática que ajuda na conservação do solo, pois a água é um recurso fundamental para a vida no solo. Evitar o desperdício de água e adotar práticas que aumentem sua retenção no solo, como o uso de plantas de cobertura e sistemas de irrigação eficientes, ajuda a manter a qualidade do solo. Plantar árvores é uma forma de preservar o solo, pois suas raízes ajudam a evitar a erosão e fornecem sombra e abrigo para diversas espécies. Adotar práticas de conservação do solo, como a rotação de culturas, o plantio direto, a adubação verde e o controle da erosão, também são importantes para proteger o solo e garantir sua sustentabilidade. Ao adotar essas práticas no dia a dia, é possível contribuir para a conservação do solo e para a construção de um futuro mais sustentável e equilibrado. É preciso lembrar que a conservação do solo é responsabilidade de todos, e que pequenas ações podem fazer uma grande diferença na preservação desse importante recurso natural.

Dia Nacional da Conservação do Solo é uma oportunidade para reflexão dos cuidados a serem tomados
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