Por: Alexandre Paz, André Oliveira, Kallryn Siqueira
Brasil da Esperança (FE Brasil) foi aprovada pelo TSE e vai disputar cargos nas eleições deste ano
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou um pedido protocolado em abril para a constituição de uma Federação Partidária, a primeira do Brasil prevista na nova legislação em vigor. O pedido, feito pelo PT (Partido dos Trabalhadores), PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e PV (Partido Verde) foi aprovado na terça-feira, dia 24 de maio. Este foi o primeiro pedido apresentado e aprovado após a reforma eleitoral de 2021.
Por unanimidade, a Federação chamada “Brasil da Esperança” foi aprovada pelo TSE. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, próximo presidente do Tribunal, a união das siglas é “um instrumento importante" para a redução futura do alto número de partidos no país. “Não é possível que o nosso sistema político-eleitoral permaneça com esse número excessivo de partidos políticos”, declarou Moraes ao dizer que a quantidade de siglas interfere na governabilidade.
Diferente das coligações partidárias (proibidas desde 2017), onde os partidos se uniam até as eleições, a permanência das federações vai além do período de campanha. Elas deve ser mantidas por um tempo mínimo de quatro anos. A federação de partidos também pode apoiar representantes para todos os cargos: deputados federal, estadual, distrital e vereadores; bem como candidatos a presidente, senador, governador e prefeito.
Com a funcionalidade de partido único, as federações estão sujeitas aos mesmos deveres, direitos e punições, devendo ser guiadas por um só estatuto. A unificação de siglas também aumenta o tempo de TV aos pré-candidatos e garante maior participação aos recursos do Fundo Eleitoral.
O texto que regula a atuação conjunta das legendas, traz que a mesma deve ser presidida por sistema de rotatividade, ou seja, cada representante dos partidos a dirija por um ano. A primeira a presidir a FE Brasil será a deputada federal por Paraná, Gleisi Hoffmann (PT). Nas eleições deste ano, o pré-candidato da “ Brasil da Esperança” a presidente é Lula (PT). E, em Roraima, o candidato ao governo estadual é o atual presidente do Partido Verde (PV), Rudson Leite.
A Federação e o perfil do eleitorado roraimense
A federação partidária tem o potencial de impulsionar partidos menores, e foi pela força e vantagens dela - com o tempo de TV mais estendido e maior possibilidade de financiamento de campanha - que, o ex-senador, Rudson Leite (PV) , decidiu apresentar-se como pré-candidato ao cargo de governador de Roraima.
Rudson deverá disputar o cargo ao lado de nomes como: Antônio Denarium (PP), atual governador; Teresa Surita (MDB), ex-prefeita da capital Boa Vista; Fábio Almeida (PSOL), entre outros. Todos interessados em conquistar a maioria dos eleitores roraimenses - número este que aumentou nos últimos anos e fator que pode ter bastante peso no momento da votação que acontecerá em outubro.
Os roraimenses irão às urnas escolher, entre os candidatos, aquele que governará o estado pelos próximos 4 anos. Estão aptos para votar no pleito de 2022 356.181 eleitores, o que representa 0,238% do eleitorado brasileiro. Dentre os eleitores do estado, 9.171 são analfabetos; 66.155 têm o ensino fundamental incompleto; e 39.245 concluíram o nível superior, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O estado se divide em 15 municípios e tinha, até o ano passado, uma população estimada de 652.713 pessoas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 2,01 habitantes por quilômetro quadrado (km²), em uma área aproximada de 223 mil km². Um dos principais desafios que os pré-candidatos terão é encontrar uma maneira de atrair esse eleitor tão disperso para as urnas através de suas propostas.
* Conteúdo experimental desenvolvido na disciplina de JOR53 - Jornalismo Especializado I.
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