Roraimenses buscam atendimentos para distúrbios mentais após isolamento social
Por : Daniela Ester e Grazy Maia
Imagem: Campanha Janeiro branco
Elevados índices de mortes, internações de parentes, amigos, vizinhos, dúvidas sobre o tratamento adequado para combater o vírus COVID-19 e cuidados sanitários não antes adotados, afetaram a população brasileira causando aumento significativo na busca por profissionais especializados: psicólogos, psiquiatras e terapeutas. A pandemia balançou a saúde mental de muitos, principalmente pelo isolamento social e aumento expressivo da ansiedade.
A pesquisa da ABPS (Associação Brasileira de Psicologia da Saúde) entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021 ouviu 121 especialistas e apontou que 83,5% dos psicólogos entrevistados notaram aumento de demanda de pacientes na pandemia.
O psicólogo Wagner Costa, ressalta que o conselho federal de psicologia triplicou o número de psicólogos cadastrados para fazer atendimento “online”, decorrente de alta demanda em todo Brasil.
“no período de pandemia aumentou bastante a procura por terapia principalmente associado aos transtornos de pânico e ansiedade, em função do isolamento social e do medo da morte (a pandemia trouxe a morte para a nossa convivência). Os consultórios ficaram lotados, minha agenda ficou de uma forma que não marcava outros pacientes porque não tinha horário disponível.” explica.
O médico residente em Fortaleza, Pedro de Lima (24), afirma que o trabalhar na pandemia causou pânico e teve que recorrer a tratamento psicológico durante meses.
“O medo de adoecer pela obesidade (fator de risco) e lidar diariamente com pacientes com COVID-19, foi fator primordial para buscar a terapia psicológica.” comenta.
Algumas instituições públicas ofertaram atendimento psicológico. A Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) disponibilizou este serviço para seus servidores e a Universidade Federal de Roraima (UFRR) através do Curso de Psicologia realizou o acolhimento psicológico online, realizado por acadêmicos coordenados pela professora Joelma Espíndula.
Em Roraima (percentualmente por 100 mil habitantes) tivemos um grande número de mortes, entre os cinco maiores índices do país. Ficamos com medo, isolados, aumentando nossa ansiedade. Buscamos ajuda e aos poucos, estamos mais conscientes de cuidarmos de nossa saúde mental.
A pandemia ajudou-nos a entender que procurar acompanhamento psicológico não é somente para tratarmos as doenças mentais, mas sinônimo de aumento de fortalecimento antes aos problemas e o não agravamento dessas patologias.
“Devemos cuidar de nossa saúde mental todos os dias, não somente quando coisas ruins acontecem.” disse o psicólogo Costa.
Confira mais sobre o assunto no vídeo abaixo.
Comments