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Trio Roraimeira e George Farias discutem sobre cultura local em 2º encontro de Literatura em Roraima


Os artistas Neuber Uchôa, Zeca Preto, Eliakin Rufino e George Farias foram os convidados do segundo encontro do evento ‘Literatura em Roraima: Diálogos e Leituras’, para debater sobre a cultura regional e a produção musical enquanto poesia.


A mesa redonda foi realizada na última quarta-feira (11), no auditório do Centro de Estudos da Biodiversidade (Cbio), da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e contou com a participação de alunos, professores e pesquisadores de outras instituições.


Neuber, Zeca e Eliakin, fizeram um resgate histórico ao falar do Roraimeira, movimento cultura que reuniu músicos, poetas, pintores e outros artista locais entre anos 1984 e 2000, e sagrou-se como nome grupo musical naquele período.


“A gente sentiu que era o momento de acomodar as diferenças que transitavam por aqui naquela época e aos poucos fomos juntando os pedacinhos e estamos aqui compartilhando o Roraimeira”, disse Neuber.


Rufino destacou ainda que mesmo como o fim do movimento em 2000, a proposta de criar uma identidade para o estado foi alcançada. “A identidade está sempre em formação porque está em uma dinâmica cultural muito grande. Penso que pelo menos um esboço dessa fisionomia cultural nós traçamos, agora cabe aos outros artistas tornarem mais nítida essa identidade.


Questionados durante o evento se a música também é poesia, Eliakin defendeu que do ponto de vista do letrista o poema pode ser musicado e acaba sendo considerado permissível no processo de produção se comparado ao poeta “O poema é uma coisa mais erudita, mais voltada ao pesquisador. Já o letrista é mais light”, brincou.

George Farias também argumentou que a poesia falada pode se tornar música sem haja restrições. Já a professora de Letras Cátia Vankler, disse que a música pode ser vista como subcategoria dentro da poesia.


Ao debater sobre cenário musical do final da década de 1980, Zeca Preto se emocionou ao lembrar do amigo Georgia Farias, que foi um dos primeiros músicos a reproduzir as canções do artista locais na noite boavistense.


Farias que já vive há 28 anos em Roraima contou que veio para passar apenas 20 dias na cidade, para se apresentar em uma casa noturna, mas desde então se encantou. A aproximação com o trio fez com que ele desse continuidade ao trabalho iniciado no movimento cultural.


“Não me achava parte do Roraimeira, mas o fato de tocar a música deles me aproxima do grupo, até que a professora Cátia Vankler, disse que eu seria a segunda geração do Roraimeira”, lembrou.

 

O movimento


Durante o evento, o cantor e poeta Eliakin Rufino lembrou, que antes mesmo da criação do movimento, ele veio a Boa Vista para assistir um festival de música, em 1980, no qual Zeca venceu em segundo lugar com canção ‘Macuxana’ e Neuber como ‘Ave, episódio este que ele mesmo intitula como ‘Pré-Roraimeira’.


Quatro anos depois o governo realiza outro festival de música e Zeca Preto leva novamente a segunda colocação como a canção ‘Roraimeira’, que apesar de não ter vencido caiu no gosto popular. “A música falava de Roraima e a pessoas se identificaram muito com isso”, disse.


O primeiro show do trio foi realizado no Teatro Amazonas, em agosto de daquele mesmo ano, e após isso se apresentaram na capital roraimense, em um evento no Cine Super K que reuniu artista de várias vertentes, momento em que começa a se forma o movimento.


“O Roraimeira nasce com uma proposta de produzir uma arte com a nossa cara com todos os artistas envolvidos, artes, dança literatura, música, pois ouvíamos falar que o estado não tinha cultura própria. É um movimento de inclusão”, comentou.


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