Por Roger Miller, Phueblo Caliri, Ana Carolini Gama, Jhenni Costa e Johnny da Conceição.
Ao assumir o governo do Estado de Roraima em janeiro de 2015, Suely Campos sabia das dificuldades e desafios que teria pela frente para colocar Roraima nos eixos. Entre tantos dilemas e desafios destacava-se a situação da Saúde Pública do Estado.
A então governadora assumiu o Estado com a área da saúde em completo caos, com problemas que iam desde a superlotação do Hospital Geral de Roraima, sucateamento de equipamentos e ambulâncias, falta de materiais básicos para o atendimento de pacientes, falta de remédios nos hospitais além de tantos outros problemas que enfrentava a saúde no início da gestão Suely Campos.
Durante a campanha das eleições de 2014, Suely Campos tinha como uma de suas principais prioridades de governo a saúde pública do estado. Em virtude disso, várias promessas foram feitas pela então candidata com o objetivo de aperfeiçoar a qualidade da saúde pública do estado.
Promessas das Eleições de 2014
De acordo com um levantamento feito pelo Portal G1, Suely Campos prometeu em campanha:
Estadualizar o hospital Santo Antônio e criar UPAS com funcionamento até a 0h
Ampliar o número de leitos no Hospital Geral de Roraima (Concluiu)
Criar unidade de hemodiálise no Hospital Geral de Roraima
Criar anexo no HGR para pacientes psiquiátricos
Criar centro para dependentes químicos
Criar serviço de reconstrução de mama no HGR
Concluir as obras do hospital de Rorainópolis
Ampliar a UTI neonatal
Construir um hospital e uma maternidade na Zona Oeste de Boa Vista.
Essas promessas da campanha eleitoral de 2014 constam no Programa de Governo entregue ao TSE e foram reforçadas por diversas vezes em comícios, debates e entrevistas naquele ano. Ainda segundo o Portal G1, de todas essas promessas apenas três foram cumpridas totalmente e uma parcialmente.
Promessas cumpridas
Entre as promessas cumpridas está a criação de uma Unidade de Hemodiálise no Hospital Geral de Roraima, a Criação de uma Unidade para dependentes químicos e a conclusão das obras do hospital de Rorainópolis. No entanto, após a publicação do levantamento outras promessas foram cumpridas.
Ações desenvolvidas
Apesar das dificuldades como sempre costuma frisar, Suely Campos conseguiu desenvolver ações que interferem diretamente na qualidade da Saúde Pública, principalmente no que se refere ao acesso dos serviços básicos.Em fevereiro deste ano diante de uma visita técnica ao Hospital Geral de Roraima a governadora determinou a implantação de mais 28 leitos no Hospital, os leitos atendem os pacientes em observação que saem do grande trauma e visam também diminuir o problema da superlotação.
Suely Campos inaugurou em 24 de março o Hospital das Clínicas, com 120 leitos de internação o Hospital servirá como um suporte ao Hospital Geral de Roraima, realizando atendimentos de clínica médica. Além disso, a governadora criou o Projeto Carreta da Mulher que percorre os bairros da Capital oferecendo serviços básicos para mulheres e jovens como, exames preventivos, ultrassons, mamografia e outros.
O governo criou ainda o projeto Caravana do Povo que também oferece serviços básicos de saúde e percorre os municípios do estado levando atendimentos em especialidades médica como: cardiologia, pediatria, ginecologia, oftalmologia e clínico-geral. Foi criada também a Casa da Gestante, unidade anexa a Maternidade Infantil que atende mulheres que necessitam de atendimento especializado antes ou depois do parto. Além disso, Suely Campos mantém na Capital o Centro de Referência da Mulher que atua na prevenção ao câncer de mama.
Dificuldade e desafios
Apesar de todo empenho de Suely Campos em melhorar a qualidade da saúde pública em Roraima, o Estado ainda enfrenta problemas e dificuldades talvez até maiores dos que foram encontrados no início de sua gestão. A governadora conclui os seus quatro anos de mandato em dezembro deste ano enfrentando uma das maiores crises na rede pública de saúde.
A imigração venezuelana desenfreada dos últimos quatro anos teve forte impacto em diversas áreas da administração pública. Na saúde, por exemplo, o impacto pode ser sentido no aumento considerável dos atendimentos no Hospital Geral de Roraima e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, o que voltou a ocasionar o problema da superlotação em ambas às unidades.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado - SESAU, somente em 2017, mais de 50 mil atendimentos a imigrantes venezuelanos foram realizados na rede estadual. Em alguns casos, os números são quase semelhantes. No HGR, por exemplo, foram internados 467 venezuelanos em 2017. De janeiro a abril deste ano já foram 440 internações.
Já no Pronto Socorro foram 6.331 atendimentos em 2017, número esse que já passa dos 6.500 nos quatro primeiros meses deste ano. Na Maternidade, dos mais de 9.000 partos realizados em 2017, 566 foram de mulheres venezuelanas. No primeiro trimestre deste ano mais de 10% dos partos realizados na Maternidade foram em mulheres venezuelanas: 253 de um total de 2.291 partos. (ASCOM/SESAU)
Outro grande problema proveniente da imigração venezuelana são os casos de sarampo notificados e confirmados que traz a tona uma verdadeira epidemia da doença. O Brasil não registrava nenhum caso de sarampo desde 2001, no entanto, até junho deste ano já haviam sido confirmados 200 casos e duas mortes em decorrência da doença.
Mas os problemas na saúde pública do Estado não param por aí. O caos encontrado no início do governo Campos prevalece por todos os lados, como um problema crônico.
Sem muita dificuldade, é possível notar vários destes problemas com uma simples ida ao Hospital Geral de Roraima, por lá a demora no atendimento é um dos primeiros impasses encontrado pelos usuários, a menos que seja um caso grave com alto risco de morte, o atendimento ao paciente pode demorar de duas a quatro horas dependendo da complexidade do caso, dentro do hospital faltam macas, leitos disponíveis, medicamentos, e materiais básicos como luvas, seringas, toucas, entre outros materiais que viabilizam o trabalho dos médicos, enfermeiros, e técnicos de enfermagem.
O problema da falta de materiais se repete também na única na única maternidade do Estado, e na Policlínica Cosme e Silva conforme relatos de pacientes. Outro problema que se alia aos demais é a demora no agendamento de cirurgias, seguido da demora na realização do procedimento cirúrgico.
Além disso, há relatos de cirurgias que são canceladas por falta de equipamentos e materiais necessários no procedimento. Além da grande fila de paciente à espera de uma cirurgia, outro grande dilema da saúde pública é o prazo das consultas a especialistas como oftalmologistas, ortopedistas, otorrinolaringologistas e outros, de acordo com usuários há consultas que demoram de dois a três meses para serem realizadas.
Perspectivas para os próximos quatro anos.
Nestas eleições de 2018 a governadora Suely Campos (PP) tenta a reeleição para mais quatro anos frente ao Executivo do Estado de Roraima, e mais uma vez uma das principais bandeiras de sua campanha é saúde pública de Roraima.
Em recente entrevista à Rádio Folha a candidata à reeleição falou sobre as suas principais propostas de governo na área da saúde em caso de reeleição.
Suely Campos prometeu que todas as Unidades de Saúde que estão sendo construídas e reformadas serão entregues a população, como forma de ampliar o atendimento e o acesso à rede pública de saúde, prometeu também normalizar o fornecimento de medicamentos nas unidades de saúde, com prioridade ao Hospital Geral. Prometeu também viabilizar a vinda das OSS (Organizações Sociais de Saúde) que administrariam as unidades de saúde, modelo de administração que deu certos em outros estados.
Nos programas de campanha já apresentados na rádio e TV a Candidata ainda não falou sobre o tema saúde, e nem sobre suas propostas nessa área. As principais propostas da candidata deste tema foram extraídas de entrevistas e comícios.
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