Declaração foi dada durante Seminário sobre 30 anos da TI Yanomami. Segundo dia do evento ocorre nesta sexta-feira (12), a partir das 18h, na UFRR.
"A naturalização do garimpo ilegal e invasão dos territórios indígenas precisa ser punidas, afirmou o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi/YY), Júnior Hekurari.
A declaração foi dada durante sua fala no Seminário "O Futuro é Indígena": 30 anos da Terra Yanomami", promovido na noite de ontem (11), no auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
“Esses garimpeiros usam a Bandeira do Brasil. O Brasil é nosso! O Brasil é de todos vocês! Não é dos garimpeiros! Então é gravidade! Acho que o Ministério Público Federal tem que punir esses garimpeiros, esses deputados, que estão fazendo propagação. Dizendo: os garimpeiros são bandeira do Brasil! Não, não pode! Eles estão colocando prejuízo muito grande para a população Yanomami” - Junior Hekurari.
A primeira noite das atividades do seminário "O Futuro é Indígena: 30 anos da Terra Yanomami", realizado nessa quinta-feira (11), reuniu lideranças indígenas e indigenistas para discutir o atual momento dos povos indígenas que vivem na maior Terra Indígena do país.
O evento contou com a presença do vice-presitende da Hutukara Associação Yanomami (HAY), Dário Kopenawa Yanomami; do presidente da Associação Wabasseduume Ye’kuana (AWY), Júlio Ye'Kuana; do presidente do Condisi Yanomami e Ye'kuana, Júnior Hekurari; e, do procurador do Ministério Público Federal (MPF-RR), Alisson Marugal.
Na mesa: Evilene Paixão (PPGCOM); Dário Kopenawa (HAY); Júlio Ye'Kuana (AWY); Júnior Hekurari (Condisi/YY);
e Alisson Marugal (MPF-RR).
O seminário levou mais de 120 pessoas ao auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), somente na primeira noite. A maioria dos participantes realizou a inscrição na hora.
Dário Kopenawa, uma das principais lideranças indígenas dos povos Yanomami e Ye'kuana, contou que o evento é um importante momento para chamar a atenção da população de Roraima para conhecer a história e atual situação dos povos indígenas que vivem no estado.
“A sociedade roraimense não conhece o território, não sabe quem são os Yanomami. É preciso mostrar a resistência do nosso povo, pedir por respeito e expor o que a gente sofreu nesses 30 anos de enfrentamento dos invasores, de garimpo, desmatamento, destruição da educação e saúde”, afirmou Dário.
Vice-presitende da Hutukara Associação Yanomami (HAY), Dário Kopenawa Yanomami.
Segundo dia de atividades
O segundo dia do evento ocorrerá nesta sexta-feira (12), a partir das 18h no auditório do CAF/UFRR e contará com a presença de David Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY); Maurício Ye’kuana, que também é diretor da HAY; e, Edinho Batista Macuxi, coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Interessados em participar do seminário podem se inscrever no local do evento. A mesa do segundo dia irá debater o processo histórico de luta dos povos indígenas no Brasil.
Exposição:
Registros realizados em sobrevoos recentes pela Hutukara Associação Yanomami (HAY), das áreas devastadas pela invasão garimpeira dentro da Terra Indígena Yanomami estão à mostra na Exposição Fotográfica “O Futuro É Indígena: 30 Anos Da Terra Yanomami”, durante a realização do Seminário.
O público poderá conferir imagens impressionantes do desmatamento, assoreamento, poluição dos rios e igarapés. A presença dos garimpeiros em plena atividade ilegal, com seus maquinários, equipamentos, aviões, helicópteros, entre outros registros impactantes.
Promovido pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFRR, o Seminário e a Exposição Fotográfica pretendem colaborar com as organizações indígenas para dar visibilidade a estas questões, e como forma de denunciar esses crimes.
Confira algumas imagens do seminário!
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