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ELEIÇÕES 2022: Os Discursos de Uma Tragédia Anunciada

Atualizado: 27 de jul. de 2022

O assassinato de Marcelo Aloizio de Arruda foi usado como tema de discursos, em sua maioria, em desfavor do atual presidente do Brasil

Por: Alexandre Paz, André Oliveira, Kallryn Siqueira


Marcelo de Arruda foi morto durante a comemoração do seu aniversário

No sábado (09), um desentendimento provavelmente motivado por razões político-ideológicas terminou em morte. A partir daí, o fato ocorrido em Foz do Iguaçu, cidade do Paraná, abriu leque para diversas narrativas eleitoreiras.


O assassinato do guarda municipal e também tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Marcelo Aloizio de Arruda, durante a comemoração dos seus 50 anos de idade pelo agente penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, inflamou as redes sociais de vários políticos com seus posicionamentos.


Marcelo festava seu aniversário com o tema do PT quando Jorge Guaranho, que é apoiador das ideias do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), se manifestou contra o aniversariante, supostamente, por seu posicionamento político. Tal protesto evoluiu de discussão verbal para violento embate armado, onde o policial penal acabou ferido e o guarda municipal morto.


Aproveitando o ano eleitoral, diversos representantes da classe política classificaram a tragédia como um ato político e responsabilizaram o Governo pelo resultado. Enquanto poucos denominaram como uma ação isolada, uma discussão "habitual" entre pessoas que tristemente acabou em morte, mas não teria relação nenhuma com política.

Perguntado sobre o acontecido, Mourão, vice-presidente da República, declarou: "Olha, é um evento lamentável, né? Ocorre em todo final de semana, em todas as cidades do Brasil, de gente que provavelmente bebe e aí extravasa as coisas, né?" E ainda completou pedindo que não fosse feito “exploração política” em torno disso.


Flávio Bolsonaro (PL), senador pelo Rio de Janeiro e filho do presidente, repudiou o ato ao se manifestar na sua rede social Twitter: “Repudio o atentado contra a vida do guarda municipal de Foz do Iguaçu. Um ato isolado e irresponsável, que absolutamente nada tem a ver com as pautas que defendemos para o Brasil. Não somos assim, não precisamos de mais ‘Adélios’ [homem que esfaqueou Bolsonaro em 2018], não podemos e não vamos nos igualar à esquerda.”


Em contrapartida, opositores de Bolsonaro atribuíram a ele a violência. Lula (PT), pré-candidato à presidência da República, disse: “Um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, ele não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz.”


Já Luiz Felipe d'Avila, pré-candidato à presidência pelo Partido pelo Novo, declarou: "Estamos caminhando a passos largos para a campanha política mais violenta que já vivemos. O assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo de Arruda, em Foz do Iguaçu, era mais uma tragédia evitável. O vergonhoso silêncio de Bolsonaro só piora a situação."


Já André Janones, pré-candidato à presidência pelo Avante frisou: “O debate ideológico sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente. Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias. Mas e amanhã? Amanhã nós vamos esquecer como esquecemos o Genivaldo assassinado brutalmente em uma viatura? Aplaudir e agradecer agressores durante discursos em cima de palanques, como feito ontem? Nós vamos no chocar só com o agora? Não vamos mudar essa mentalidade? Nós vamos esperar que a tragédia, a barbárie chegue dentro das nossas casas pra combatê-la? Essa idiotização (que muitos chamam de polarização) não pode prevalecer. O Brasil precisa cuidar dos seus problemas reais, não criar novos”, disse.


Sofia Manzano, pré-candidata à presidência pelo PCB, também expôs o seu pensamento sobre o ocorrido: "Bolsonarista assassinou Marcelo Arruda, dirigente do PT em Foz do Iguaçu. Episódios como esses podem se tornar frequentes se não houver rápida contenção da violência política incentivada por Bolsonaro e sua quadrilha.”


Em parte de sua declaração, Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, disse: “Basta de violência! Basta de destruição! É tempo de reconstrução e transformação do Brasil e das relações entre brasileiros e brasileiras!”


A tragédia inesperada, porém, evitável serviu de palco de politização para muitos, especialmente, aos opositores do presidente Bolsonaro. Já para ele, em pleno ano de eleição, o episódio, na camada da população imposta pelos variados discursos dos políticos com a mesma linha de pensamento, macula a sua imagem e pode representar risco considerável a sua reeleição.


Marcelo Aluizio de Arruda era GCM há pelo menos 28 anos. Era esposo de uma policial civil e pai de quatro filhos, entre eles, um bebê de um mês. O PT, Partido do qual Marcelo era tesoureiro, faz parte da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil) juntamente com PCdoB e PV.


* Conteúdo experimental desenvolvido na disciplina de JOR53 - Jornalismo Especializado I.

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