A divulgação da situação vivenciada pelos indígenas da etnia Yanomami em Roraima, fez nascer mais uma ação emergencial e humanitária da Central Única das Favelas - CUFA Brasil, em conjunto com a Frente Nacional Antirracista. A sensibilidade com a subnutrição de crianças e adultos na Terra Indígena Yanomami foi o fator crucial para o lançamento da campanha "Favelas com Yanomamis", que tem como meta a arrecadação de R$ 3 milhões para a construção de dois centros de saúde na Terra Indígena Yanomami. A arrecadação seguirá até o dia 27 de fevereiro e a doação pode ser realizada através do PIX: doacoes@cufa.org.br . Alimentos também são bem-vindos e várias cestas básicas já estão chegando até o polo base montado pela CUFA em Boa Vista, Roraima para alocar os recursos. O deposito está localiza no bairro Caimbé. Outras unidades da Central em todo o Brasil estão mobilizadas para o encaminhamento de mantimentos, além de outros parceiros, como uma rede de atacado que doou mil cestas.
Diagnóstico para a ação:
Para ter uma visão mais ampliada do que a relatada pela mídia, os integrantes da Ong não governamental com representantes da Funai e da Igualdade Racial, voaram até a região de Surucucu, que está situada na Terra Yanomami. A viagem foi atrelada após uma série de reuniões e discussões com autoridades que representam o poder executivo estadual, municipal e a FUNAI. Na localidade, anotaram e discutiram as demandas e formas efetivas de levarem políticas de assistência contínuas e que atendessem as necessidades dos Povos Originários, Após retorno para Boa Vista, convocaram uma coletiva de imprensa e apresentaram ponderações.
O presidente da CUFA, Prezo Zezé avaliou que a desnutrição é é o ponto final de vários problemas sanitários e de assistência em saúde "que conseguimos identificar na região. A dificuldade de comunicação e a falta de acesso e infraestrutura também são entraves”, ponderou o presidente. Outra ponderação é
sobre a restrição em relação à alguns alimentos, que não pertencem a alimentação tradicional, por isso, cestas específicas serão montadas segundo a necessidade nutricional dos povos. “Conseguimos 15 toneladas de alimentos, que serão enviadas ao território indígena. Estamos aguardando mais 40 toneladas de alimentos de vários estados e com eles iremos montar cestas específicas, de acordo com a necessidade nutricional das pessoas nesta situação atual”, disse Zezé.
O trabalho seguiu para o conhecimento de outras oito comunidades indígenas localizadas nos municípios de Canta e Bonfim. A equipe da CUFA Brasil se reuniu com voluntários da CUFA Roraima, que foram recepcionados pelas lideranças indígenas - Tuchauas como forma de agradecimento pelo apoio ofertado e bem-vindo.
Integrantes da empresa social, Água Camelo, que possibilita o acesso à uma fonte segura de água potável para pessoas, em parceria com a ação da CUFA, com apoio da Água AMA, estão distribuindo 50 Kits Camelo para comunidades indígenas Yanomami e de outras etnias da região como resposta emergencial para a crise humanitária no estado de Roraima. Eles também estão aproveitando a viagem para fazer um diagnóstico das necessidades e demandas locais, em busca de soluções a longo prazo que serão implementadas nas próximas semanas e meses. Veja o vídeo:
Parceria com a FUNAI
Representantes e voluntários da CUFA doaram uma máquina de lavar, sandálias e alimentos para a FUNAI destinar a unidades de apoio aos indígenas. Quem recebeu as doações foi a deputada Joenia Wapichana, futura presidente da Funai. Veja o vídeo:
Sobre a CUFA Brasil
a CUFA (Central Única das Favelas) é uma organização brasileira reconhecida internacionalmente nos âmbitos político, social, esportivo e cultural que existe há 20 anos. Foi criada a partir da união entre jovens de várias favelas, principalmente negros, que buscavam espaços para expressarem suas atitudes, questionamentos ou simplesmente sua vontade de viver. Em Roraima, existe há mais de 10 anos, ganhando destaque durante a pandemia com a entrega de benefícios por meio de projetos, como o "Mães da Favela", que levou recursos à mulheres, chefes de família e em situação de vulnerabilidade.
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