Profissionais e amantes da fotografia podem se inscrever até 5 de dezembro gratuitamente no edital, organizado pelo ISA, Fórum de Energias Renováveis de Roraima e Associação Roraimense de Fotografia.
O Rio Branco nasce nas serras do estado de Roraima e corre do Monte Roraima até seu destino final, o Rio Negro, no estado do Amazonas. O nome, "Branco", surge na confluência dos rios Uraricoera e Tacutu, perto da capital roraimense, Boa Vista. Agora, o maior rio do estado será homenageado por sua riqueza fenomenal, paisagística, científica e natural.
“O Rio Branco é nosso patrimônio” é o tema de um concurso de fotografia, com inscrições gratuitas e abertas até o dia 05 de dezembro, para fotógrafos profissionais e amantes da fotografia de todo o Brasil. As fotografias precisam ter sido capturadas ao longo do rio e de suas margens. O concurso, promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA), Fórum de Energias Renováveis de Roraima e Associação Roraimense de Fotografia (Afotorr), ainda oferece premiações em dinheiro nas três categorias, além de um prêmio especial do júri.
Todas as fotografias devem ser enviadas em formato digital para o e-mail “afotorr@gmail.com”, com o assunto “Concurso de Fotografia - O Rio Branco é nosso patrimônio”. Cada participante pode enviar até quatro fotos nas categorias Livre, Manifestações Culturais e Natureza Geral, sendo permitidas no máximo 12 fotos por participante. Leia o edital.
O concurso aceita imagens feitas por diferentes ferramentas além de máquinas fotográficas, como celulares, drones, câmeras subaquáticas, ou qualquer objeto com sensibilidade à luz. Elas também podem ter sido tomadas em qualquer período histórico, desde que tenham sido fotografadas pelo próprio autor.
O Rio Branco é um patrimônio vital para a população de Roraima. Um rio lindo e ainda muito cheio de vida, mas que sofre com a contaminação por mercúrio, causada pelo garimpo ilegal, além da poluição, assoreamento, desmatamento e, agora, a ameaça de construção de uma hidrelétrica. Por isso, é fundamental o cuidado com a preservação desse patrimônio. Esse concurso é para todas as pessoas, não somente para profissionais, é para quem ama o Rio Branco, patrimônio de Roraima”, afirma o analista ambiental do ISA, Ciro Campos.
A secretária da Afotorr, Conceição Escobar, diz que o concurso traz a temática para “desvendar o nosso maior patrimônio, que é o Rio Branco”. Já o presidente da associação, J. Pavani, destaca que as fotografias são para “engrandecer” e mostrar a vida do rio, exaltando sua preservação.
Usina Hidrelétrica de Bem Querer
O Fórum de Energias Renováveis de Roraima, organização que formula propostas de políticas públicas, interlocução e articulação institucional em prol do desenvolvimento energético, vem desenvolvendo nos últimos tempos análises sobre a viabilidade da Usina Hidrelétrica de Bem Querer, sobretudo seus principais impactos na bacia hidrográfica do Rio Branco.
O coordenador da instituição, Alexandre Henklain, disse que a participação do Fórum no concurso de fotografia visa reconhecer, valorizar e fortalecer o vínculo afetivo da principal fonte de vida de Roraima. “É uma iniciativa de resgatar essa relação com o Rio Branco, um vínculo de vida, histórico e cultural. Elevar esse sentimento afetivo, onde todos nós somos responsáveis de cuidar e preservar esse patrimônio”, explica.
Está previsto para o próximo ano uma exposição fotográfica virtual no site do Fórum de Energias Renováveis, com todas as fotos que serão selecionadas no concurso.
Caso seja construída, a usina está prevista para ser implantada no Rio Branco no município de Caracaraí, em Roraima, e terá uma potência de 650 MW. A área diretamente afetada pela usina — necessária para a implantação do reservatório, canteiro de obras, linha de transmissão e outras estruturas — compreende os municípios de Bonfim, Boa Vista, Caracaraí, Cantá, Iracema e Mucajaí, e tem impacto em diversas terras indígenas, fazendas, unidades de conservação e áreas urbanas.
Para Campos, a hidrelétrica seria a maior ameaça à vida do Rio Branco, alterando para sempre o fluxo normal das águas e reduzindo a biodiversidade — principalmente dos peixes. “Como a região é plana, seria formado um lago de 130 km ao longo de suas margens. Para a atividade da pesca e do turismo, o prejuízo é certo. Além disso, como disse o empreendedor, não é uma obra planejada para Roraima, mas para exportar energia durante a cheia do Rio Branco. Não vale a pena, e precisamos pensar a respeito”, conclui.
Fonte: ISA
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